segunda-feira, 31 de outubro de 2011

31 de outubro de 1904 - Dia da saúde pública


Aprovada, graças ao médico Osvaldo Cruz, a Lei da Vacina Obrigatória. Sob ataque da imprensa, ela chega a causar um levante popular na capital (a Revolta da Vacina), mas é um marco histórico da saúde pública no país. A vacina termina se impondo e liquida a febre amarela, antes endêmica no Rio.


Osvaldo Cruz, na mordaz caricatura de Bambino.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

De cabeça erguida, o PCdoB segue na luta

Dando seguimento à escalada de tentativas de desestabilização do governo da presidenta Dilma Rousseff, desde o último dia 15 o campo político reacionário do país, e veículos do monopólio de comunicação, desencadearam uma criminosa campanha difamatória contra o ministro Orlando Silva e o Partido Comunista do Brasil.

O PCdoB, neste momento, vem reafirmar a convicção na inocência e integridade de Orlando Silva no exercício da titularidade do Ministério do Esporte. Esta convicção é baseada na ausência absoluta de provas, na fonte desqualificada que o acusa, e na sinceridade e na segurança com que ele sustenta que não há fatos que o incriminem.

Ressaltamos que desde a primeira hora Orlando defendeu com altivez sua honra e dignidade. Demonstrando segurança de que tudo deriva de uma campanha difamatória, de pronto ele solicitou a investigação provocada pelo Procurador-Geral da República junto ao Supremo Tribunal Federal. Além disso, pediu à Polícia Federal e a outros órgãos de controle do Estado uma apuração rigorosa das falsas acusações que lhe foram lançadas. Também, abriu mão de seus sigilos telefônico, fiscal, bancário e de correspondência.

É importante assinalar que a gestão de Orlando Silva à frente do Ministério do Esporte elevou esta pasta a outra dimensão. Prova disso é a conquista da realização no Brasil da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Destacam-se, também, as políticas aplicadas e o sucesso que alcançaram tanto em termos de difusão massiva de práticas desportivas, quanto aos recordes alcançados pelo Brasil em competições e o aumento do número de nossos atletas com nível de desempenho internacional, como fica evidente com o desempenho da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos, no México.

O Partido Comunista do Brasil uma vez mais rechaça os ataques contra sua legenda igualmente caluniosos e sem provas. Nosso Partido tem 90 anos de história de luta e de heroísmo em defesa do Brasil e da democracia. Nossa legenda tem um perfil ideológico claro e um Programa Socialista que defende o fortalecimento da Nação e uma vida digna para o nosso povo. A verdadeira “caçada” movida contra ele pelo campo político reacionário do país e veículos do monopólio midiático vem do seu fortalecimento crescente na condição de um Partido contemporâneo e revolucionário.

Porém, entendemos que esse ataque não é somente contra a liderança de Orlando Silva e o nosso Partido. O objetivo das forças conservadoras e da grande mídia é golpear o governo da presidenta Dilma Rousseff quando ela lidera com êxito o enfrentamento dos efeitos da crise capitalista mundial sobre o Brasil.

O Partido e o companheiro Orlando Silva estão de cabeça erguida e altiva diante desta campanha infame. O tempo e as investigações irão demonstrar que tudo não passa de calúnia. A verdade – estamos convictos – vai prevalecer sobre a mentira. O PCdoB, com a unidade de seu coletivo militante e apoio do povo e dos aliados, reafirma seu compromisso com a luta pelo êxito do governo Dilma na sua missão de conduzir o Brasil à nova etapa de seu desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho.

Brasília, 26 de outubro de 2011.

Renato Rabelo
Presidente do Partido Comunista do Brasil-PCdoB

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O ciclo viciado da tentativa de destruir reputações

Por Luciano Siqueira*,
Para o Blog da Folha.

Futebol é jogo pesado, entra nele quem topa a parada – sempre escutei isso, desde criança, nas peladas do subúrbio onde morava, em Natal, no Rio Grande do Norte. E é o que comentaristas de nossas emissoras de rádio costumam repetir para justificar que, respeitando-se as regras, vale tudo. Inclusive o jogo violento.

Na política a coisa é parecida. O jogo é pesado, não cabem ilusões em relação a certos adversários dos quais se pode esperar tudo, menos conduta ética e respeitosa.

No Brasil de hoje, duas entidades se confundem na prática desse jogo pesado: uma parte da mídia, convertida em partido político, e os próprios partidos de oposição. O objetivo é desgastar e enfraquecer o governo central e todos os que a ele estejam aliados. Como é difícil o combate programático, se apela para o denuncismo sem limites, que em muito ultrapassa o papel vigilante que democraticamente se espera da imprensa. 

Como dizia um então deputado pernambucano: “Em Brasília, se uma prostituta se dispuser a declarar a um jornal que fui com ela a um motel, a “notícia” é publicada. No dia seguinte, ela estará em seu ponto costumeiro, enquanto levarei no mínimo uns cinco anos para provar que é mentira”. Ou seja: planta-se a denúncia, sem a menor averiguação da veracidade, e cabe ao acusado se defender e provar a sua inocência, invertendo-se a equação jurídica.

A revista Veja, redundante nessa prática típica da chamada imprensa marrom, publica acusação feita por um insatisfeito, porque alvo de ação do Tribunal de Contas e da Justiça, provocada pelo Ministério do Esporte, que lhe obriga a devolver aos cofres públicos vultosa soma – justamente contra o ministro! 

A revista não apresenta provas. O acusador, idem, inclusive em longo depoimento prestado à Polícia Federal. A Rede Globo, que na onda da Veja, fez igual estardalhaço, cobra da revista as tais provas que dizia ter, mas não se retrata. E como uma reação em cadeia, avalanche de matérias de mesmo sentido ocupa o centro do noticiário de toda a mídia, com raríssimas exceções. Colunistas dos grandes jornais de circulação nacional e da imprensa regional repetem o mesmo, agora tido como verdade absoluta – pouco importando a realidade dos fatos!

Iniciada a operação, importa agora forçar a queda do ministro. E tudo se faz nesse intuito. Até uma declaração intempestiva, desrespeitosa e atentatória à soberania do País de um dirigente da FIFA, que pretende “demitir” o ministro Orlando Silva, é traduzida em manchetes, sem aspas!

A Folha de S. Paulo põe como principal manchete de sua edição do último domingo uma acusação igualmente sem provas de um suposto pastor evangélico, filiado ao PP, que teria se frustrado na tentativa de conveniar com o Ministério do Esporte o Programa Segundo Tempo por se recusar à contrapartida de uma propina. 

É luta política pesada, repito. Sem limites. Sem escrúpulos. Contra o governo, contra o ministro Orlando Silva e o seu partido, o PCdoB.

O jornalista Luis Nassif, experiente repórter que já passou pela Veja e pela Folha de S. Paulo, dentre outras empresas jornalísticas, tem caracterizado esse expediente como “máquina montada para destruir reputações”. E tem toda razão.

Uma “máquina” que terá seu fim quando a opinião pública elevar sua capacidade de discernimento e a correlação de forças permitir superá-la politicamente.


* Luciano Siqueira é Deputado Estadual e Presidente do PCdoB do Recife.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Os motores da calúnia contra o Ministro Orlando Silva

Diante da posição do ministério pela soberania das leis nacionais e contra interesses herméticos de meia dúzia de vira-latas que babam por uma fatia dos eventos esportivos bilionários de 2014 e 2016, a editora Abril desfruta de seu jornalismo marrom para difamar a moral do Ministro.

Desde que a Revista Veja publicou a reportagem no qual ONGs foram beneficiadas com o Programa Segundo Tempo por meio de convênio com o Ministério dos Esportes e receberiam recursos destinados ao acordo após pagamento de até 20% do valor do convênio a pessoas ligadas ao PCdoB, o ministro tornou-se alvo, mas a máquina de calúnias entra em contradição e aponta interesses abstrusos.

Os motores da calúnia

Partindo do pressuposto que a Editora Abril é apoiadora oficial para mídia impressa da FIFA para a Copa do Mundo no Brasil e a Revista Veja principal faceta deste conglomerado, há de concordar que, no mínimo, as acusações cheiram jornalismo de fachada. 

Inegável que exista meia dúzia de urubus de olho na bandeira que a conquista dos eventos esportivos representa para o desenvolvimento do país. A gestão impecável do Ministro Orlando Silva, responsável por dar visibilidade ao setor e promover avanços inigualáveis, colocando milhares de jovens sem perspectivas na rota do progresso incomodou a oposição e outros interessados na fatia do bolo.

Mas não há festa, muito menos bolo. Prova disso é a postura do Ministro diante das premissas da FIFA, como por exemplo, a tensão entre o Governo Federal e a entidade esportiva em relação a Lei Geral da COPA , enviada pela presidenta ao Congresso. O Planalto exige que a lei seja inteiramente subordinada à Constituição, mas alguns itens não atendem às exigências da Fifa.

Essa calúnia tem o objetivo de desqualificar politicamente o ministro que não hesita em defender os direitos dos cidadãos brasileiros. Como de costume, a VEJA, panfleto da oposição, mais uma vez usou suas páginas sórdidas em prol de interesses políticos e contra o povo. 

A fonte desqualificada

O Soldado da PM, João Dias Ferreira, fonte da revista Veja na inventiva matéria, não é flor que se cheira. Além de inúmeros processos e passagens pela cadeia, aparece também como dono de uma rede de academias de ginástica. Uma das pessoas apontadas por ele para reforçar sua tese acusatória, Célio Soares Pereira, é seu funcionário, gerente de uma das academias. Fator no mínimo intrigante e que o veículo deixou passar em branco na “reportagem”.

Segundo Jornal O GLOBO, PM acusador mora num palacete em condomínio fechado, com três carros importados na garagem. Seu salário bruto chega ao patamar de R$ 4.5000,00. E até agora o acusador não apontou nenhuma prova documental .

Para o Ministro Orlando Silva, as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU investigue os convênios do ministério com a organização não governamental que pertence ao soldado. Além disso, a truculência do soldado só não supera sua falta de valores éticos e morais, prova disso é sua própria afirmação de que invadiu o gabinete de uma autoridade para exigir que livrassem sua cara do processo criminal e da obrigação de devolver ao Ministério R$ 3,16 milhões desviados no caso Shaolin, este mesmo resgatado da gaveta pela revista.

O Ministro diante de sua integridade abalada caluniosamente mantém sua postura transparente de apoiar qualquer investigação que seja realizada. E após cinco dias ainda aguarda provas. “Exijo o dinheiro público desviado por essa entidade. O que fiz foi combater o malfeito. E qual foi a reação de quem cometeu o delito? Acusa o ministro de Estado e não apresenta provas. Esses são os fatos”. Pela quarta vez, o ministro do Esporte, Orlando Silva, veio a publico esclarecer ataques à sua honra e ao trabalho do Ministério.


acesse o link e veja o site oficial da FIFA que tem como apoiadora a Editora Abril:

Fonte: Portal da UJS com Agências

Confira o Programa do PCdoB que vai ao ar esta noite



#SouPCdoBsouBrasil

Fonte: Portal Vermelho

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

PCdoB na TV vai rechaçar calúnias e defender cidades mais humanas

Na noite desta quinta-feira (20), a partir das 20h30, o programa de 10 minutos do PCdoB vai ar em rede nacional de televisão e rádio. Na peça, o partido defende cidades mais humanas e esclarece as recentes calúnias. Além do programa, o partido terá inserções de 30 segundos até 29 de outubro. A TV Vermelho acompanhou os bastidores da produção do programa, dias antes da farsa da Veja ir às bancas, e mostra um pouco do que o Brasil verá na noite desta quinta.

Inicialmente produzido para tratar integralmente da experiência do PCdoB na gestão de cidades mais humanas, o programa passou por mudanças para incluir a defesa do partido e de seu ministro contra os recentes ataques.

“O partido tem se preocupado, dentro de suas condições, em explicar à opinião pública o que está acontecendo e vamos fazer isso na TV”, afirma Renato Rabelo, presidente nacional do partido.

Um dos pontos altos será a fala do ministro do Esporte, Orlando Silva. Apoiado por dirigentes e militantes não só do PCdoB mas também de outros partidos, o ministro deve ser duro contra as acusações sem provas de um sujeito já condenado pela Justiça.

Cidades humanas

O programa traz pré-candidatos do PCdoB à prefeituras importantes do país, como Alice Portugal, em Salvador, Netinho de Paula, em São Paulo, Manuela D’Ávila, em Porto Alegre, e Perpétua de Almeida, em Rio Branco. Além destas capitais há ainda outras que deverão ter candidatos comunistas nas eleições de 2012.

Um dos destaques do programa é a gestão comunista da cidade histórica de Olinda (PE). Com a experiência de quase 12 anos a frente da prefeitura, o partido destacará ações que geraram grandes mudanças na vida das pessoas.

O senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), relator do aprovado Estatuto das Cidades, também está no programa que evidencia soluções para que as cidades cresçam com menos desigualde e mais desenvolvimento.

A equipe de produção do programa passou pelo teste de superação e conseguiu realizar as mudanças de última hora tão necessárias frente às calúnias divulgadas. Todas as peças que irão ao ar a partir desta quinta-feira tiveram a direção artística do publicitário Marcelo Brandão e a coordenação política de Kérisson Lopes, da Comissão Nacional de Comunicação do PCdoB.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A batata na chaleira esportiva

A Reuters, finalmente, “levanta a bola” de uma jogada à qual ninguém estava dando atenção e publica hoje a seguinte matéria.

O governo avalia que a denúncia contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, traz benefícios para Fifa e CBF, como na negociação da Lei Geral da Copa, que começou a tramitar na Câmara dos Deputados na semana passada, disse à Reuters uma fonte do governo.

A aprovação dessa legislação é cobrada pela federação internacional para realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 e inclui normas desde o valor dos ingressos até a proteção das marcas de patrocinadores no país, por exemplo.

Essa fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, afirmou que o clima no governo em relação às duas entidades é de beligerância e que o Executivo não tentará impedir a criação de uma regra que permita a cobrança de meia-entrada para estudantes nos jogos da Copa de 2014.

Essa era uma das principais reclamações da Fifa e até agora o governo vinha argumentando que a meia-entrada para estudantes era determinada por legislações estaduais. Deixar livre para o Congresso a criação de uma legislação federal sobre o tema seria o primeiro gesto político para o governo mostrar que será mais firme na negociação com a Fifa a partir de agora.

A indignação do governo com o tratamento recebido das duas entidades é crescente, segundo relato dessa fonte, e a relação chegou no seu pior momento agora.

No fim de semana, a revista Veja publicou reportagem segundo a qual organizações não-governamentais que realizam convênios com o Ministério dos Esportes no âmbito do programa Segundo Tempo só receberiam os recursos destinados ao acordo após pagamento de até 20 por cento do valor do convênio a pessoas ligadas ao PCdoB, partido do ministro.”

Os jornalistas brasileiros são muito bem informados e inteligentes, em geral. E quando escrevem fora dos grandes jornais começam a achar as estopas com que se pregam certos pregos…

Em tese, o enfraquecimento do Governo, com as acusações ao Ministro do Esporte, facilita a imposição dos apetites leoninos da Fifa. E tira de cena as investigações sobre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Já dizia o antigo comentarista Ruy Porto, da TV Tupi, que a melhor defesa é o ataque, não é?

Ainda mais quando está o que está em jogo não é a bola, mas uma bolada.

Fonte: Tijolaço

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Movimento #TenhoAlgoADizer realizou plenárias em 5 cidades do estado de Pernambuco

Durante os dias 07, 08, e 09 de setembro os estudantes secundaristas tiveram algo a dizer em grandes plenárias.

Espalhadas do litoral ao sertão pernambucano (Recife, Caruaru, Garanhuns, Santa Cruz do Capibaribe e Petrolina), o movimento liderado pela UJS construiu e reafirmou pautas importantes do Movimento Estudantil Secundaristas, como a defesa dos 50% do fundo social do Pré-sal para a educação, a meia entrada na Copa, PROUNI, além das pautas locais como o fortalecimento da democratização nas escolas integrais, o papel do jovem no desenvolvimento do estado, a expansão do ensino técnico e para os novatos presentes em todas as reuniões um breve histórico do combativo Movimento Estudantil.

Com a etapa estadual marcada para os dias 04 e 05 de novembro a galera tá com todo gás pra invadir as escolas de Pernambuco e assegurar que cada estudante participe do processo rumo ao Congresso da UBES!
No Recife, capital pernambucana, a plenária reuniu cerca de 40 estudantes entre lideranças do movimento e delegados interessados em acompanhar de perto a mobilização da Região Metropolitana.

Na plenária o Presidente da UMES Alesson Barbosa destacou o papel imediato que o movimento estudantil tem a cumprir a exemplo da luta dos 50% do fundo social do pré-sal pra educação, a importância da implantação do PNE para o desenvolvimento da educação e o PROUNI.

Zanzul Alexandre
UJS - Pernambuco

Reportagem mostra o que está por trás da onda de greves no Brasil

Greve dos professores, greve dos carteiros, greve dos bancários. No Brasil e no mundo o povo vai à luta e ganha as ruas. Para descobrir os motivos desta onda de greves que cobre o país, a TV Vermelho entrevista populares, lideranças sindicais e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Navegue com a gente por este debate e dê também a sua opinião sobre este tema!



Fonte: TV Vermelho

Meia-entrada e uma verdade inteira

Manuela é Dep Federal (PCdoB\RS)
A aprovação do Estatuto da Juventude na Câmara e, particularmente, do artigo que versa sobre meia-entrada tem gerado algumas críticas que, por estarem baseadas em meias verdades, geram uma percepção errada da lei e das suas consequências. Para esclarecer a questão da meia-entrada, é preciso tratar da verdade inteira sobre o projeto.

Em primeiro lugar, a lei estabelece meia-entrada tão somente para os jovens estudantes até 29 anos, e não para todos os jovens, como muitos editoriais de imprensa fazem parecer ser. Cerca de 88% dos jovens que frequentam a escola em algum nível pertencem às classes C, D e E. Em segundo lugar, o projeto simplesmente regulamenta uma lei que já existe nos 11 Estados que são os maiores centros de consumo cultural do Brasil e, mais do que isso, sem limite de idade. Ou seja, esse direito já existe e a economia brasileira já o subsidia. O estatuto simplesmente regulamenta nacionalmente a lei, estabelecendo, inclusive, um limite de idade. Na prática, a lei não implica nenhuma “conta a mais” para o consumidor, mas o inverso. A cultura é um direito básico e um bem que tem de ser acessível a todos, a eles também.

Esclarecido que não há “nenhuma conta extra a pagar”, o mais importante é o mérito do projeto. Os países mais avançados, não por acaso, são os que mantêm mais tempo os seus jovens na escola e nas universidades. Fazer isso no Brasil e praticar a educação integral significa não só manter o estudante dentro do espaço físico das escolas, mas, também, construir – num país ainda pobre – um conjunto de incentivos e facilitadores para que o estudante conclua todo o ciclo de estudos. Por isso, existem a meia-passagem estudantil e as bolsas de Ensino Médio, de graduação e pós-graduação (vejam o exitoso programa Universidade para Todos – ProUni). Por isso, também, o Bolsa-Família é vinculado à permanência das crianças na escola.

O acesso à cultura – inclusive aos espetáculos de excelência que têm preços inacessíveis para quem estuda – é um desses incentivos. Ver ao vivo João Gilberto ou Fernanda Montenegro não pode ser um privilégio de elite. Eles são patrimônio da cultura brasileira e devem, por isso, ser acessíveis a todos. Como garantimos isso? Através de subsídio do Estado (evitando que espetáculos financiados através de incentivo fiscal tenham preços inacessíveis) ou do sistema de cotas (estipulando um limite de meias-entradas nos espetáculos). Estas saídas estamos construindo para tirar a conta do consumidor direto de cultura!

Outro aspecto importante: o estatuto – que regulamenta inúmeros direitos importantes para a juventude – não é obra de uma única deputada. Foi aprovado pela unanimidade do Congresso, produzindo, inclusive, consensos entre a bancada evangélica e os defensores dos direitos homoafetivos. Uma lei que nasce de um processo assim não pode ser caricaturizada como produto da pressão de “claques estudantis”. Pelo contrário, ela é exemplo de diálogo no melhor espírito republicano, sem envolver barganhas, cargos ou emendas. Tanto que o projeto foi consensual justamente por ter sido aquele com maior participação popular da história da Câmara.

Manuela D'Ávila
(artigo publicado no jornal Zero Hora de 11/10/2011)

Fernando Morais e o terrorismo dos EUA contra Cuba

Houve um tempo em que mercenários contratados por organizações de extrema-direita da Flórida recebiam U$1,5 mil por bomba colocada em Cuba. “Hoje ainda é possível ver em Miami manifestações de rua contra a Revolução, mas as novas gerações parecem mais interessadas em ouvir salsa do que em colocar bombas”, diz o jornalista Fernando Morais, ao Vermelho. 

Por Joana Rozowykwiat



Morais está lançando “Os últimos soldados da Guerra Fria”, livro-reportagem que reconstitui a trajetória de agentes secretos de Cuba, que se infiltraram nos Estados Unidos para impedir ações terroristas contra a ilha. 

No próximo dia 20, às 19h, ele apresenta a publicação em São Paulo, na Faculdade Paulista de Comunicação (Fapcom). Na ocasião, o autor participa do debate “Os 5 cubanos ignorados pela mídia”, ao lado da presidente do Conselho Mundial da Paz (CMP), Socorro Gomes, e do cônsul de Cuba, Lázaro Mendes Cabrera. O evento é promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé.

A discussão acontece no momento em que René González - um dos agentes secretos retratados no livro - acaba de ser libertado, nos Estados Unidos, depois de 13 anos de prisão. Apesar de ter cumprido toda a sua pena, René está sendo obrigado pela Justiça norte-americana a permanecer nos EUA, em “liberdade vigiada” por mais três anos.

Esse é apenas o capítulo mais recente da trama narrada por Morais, que poderia muito bem ter saído de um trailer hollywoodiano – com cenas de espionagem, suspense e aventura -, mas não tem nada de ficção. Foi vivida por 12 homens e duas mulheres que aceitaram deixar suas vidas em Cuba para integrar a Rede Vespa e espionar algumas das 47 organizações anticubanas que existiam em Miami na época.

“Eram organizações de extrema-direita, que atuavam como entidades humanitárias para ocultar seu verdadeiro objetivo”, conta Morais ao Vermelho. Tais grupos – contrários ao regime comunista implantado por Fidel Castro - se dedicavam desde a jogar pragas nas lavouras cubanas até a sequestrar aviões que levavam turistas à ilha. 

Depois o colapso da União Soviética, o turismo assumiu papel preponderante na economia cubana, e as organizações anticastristas passaram a empenhar esforços para demonstrar que a ilha não era segura para os estrangeiros. Para isso, colocaram bombas em hotéis e bares e alvejaram navios repletos de visitantes. Infiltrados nesses grupos, os agentes da Rede Vespa conseguiram impedir várias agressões. 

Para investigar e contar essa história – e também a daqueles que estavam do outro lado -, Morais viajou 20 vezes a Cuba e aos Estados Unidos, debruçou-se sobre diversos documentos dos dois países, fez 40 entrevistas. 

O resultado é uma obra que já é sucesso de vendas no Brasil. De acordo com a Rádio Havana Cuba, o livro vendeu 20 mil exemplares em três semanas e aguarda lançamento em espanhol e inglês. Conhecedor da realidade cubana (este é o segundo livro relacionado à ilha que escreve), Morais fala ao Vermelho sobre a publicação, as relações entre Cuba e Estados Unidos e seus próximos projetos. 

Segundo ele, se o presidente Barack Obama se reeleger, no ano que vem, pode ser que indulte os agentes cubanos que ainda estão presos nos Estados Unidos. “Enquanto Obama precisar dos votos da Flórida, majoritariamente cubanos, não há a menor chance de isso acontecer”, avalia. Veja abaixo a entrevista concedida por e-mail.

Portal Vermelho: Como e quando você se deparou com a história dos agentes secretos cubanos e por que resolveu escrevê-la?


Fernando Morais: Eu soube da história pelo rádio de um táxi, no meio do trânsito, em São Paulo no dia das prisões dos dez agentes cubanos pelo FBI, em Miami, em setembro de 1998. Assim que pude, viajei a Cuba para tentar levantar o assunto, mas encontrei todas as portas fechadas. Para se ter uma ideia, Cuba só assumiu que eles de fato eram agentes de inteligência três anos depois, em 2001. O tema era tratado como segredo de Estado.

Portal Vermelho: Como foi pesquisar em Cuba? Você teve pleno acesso a documentos oficiais? E do lado norte-americano?

Fernando Morais: Os cubanos só liberaram o assunto para mim em 2005, mas nessa época eu estava envolvido com o projeto do livro “O Mago”, a biografia do Paulo Coelho. Com isso, só pude entrar na história dos cubanos em 2008. A partir de então fui várias vezes a Havana, Miami e Nova York. O governo de Cuba liberou todo o material disponível e permitiu que eu entrevistasse quem quisesse, inclusive mercenários estrangeiros que haviam sido presos após colocar bombas em hotéis e restaurantes turísticos de Cuba e que tinham sido condenados à morte. 

Nos Estados Unidos foi mais difícil. Como os agentes do FBI são proibidos de dar declarações públicas, só consegui entrevistas em off. Mas graças ao FOIA – Freedom of Information Act, a lei que regula a liberação de documentos secretos – e após pesquisas nos arquivos da Justiça Federal da Flórida, tive acesso a cerca de 30 mil documentos enviados pela Rede Vespa a Cuba e que haviam sido apreendidos pelo FBI nas casas dos agentes cubanos em Miami. E os serviços de inteligência cubanos me deram uma cópia do megadossiê sobre o terrorismo na Flórida que Fidel Castro entregou a Bill Clinton com a ajuda do escritor Gabriel García Márquez.

Portal Vermelho: Parece-me que o acesso aos cinco cubanos que estão presos nos EUA é bem complicado. As próprias famílias nem sempre conseguem visitá-los. O senhor verificou isso na prática? Conseguiu contato direto com eles?

Fernando Morais: Como não sou parente de nenhum deles nem cidadão norte-americano, não pude visitar pessoalmente nenhum deles. Só consegui autorização para me comunicar com eles por internet. Mas com um limite de 13 mil caracteres por mês. Se as mensagens tivessem mais de 13 mil caracteres, se deletavam automaticamente. Falei também com alguns deles por telefone, pegando carona na franquia mensal de chamadas que suas mulheres e filhos tinham.

Portal Vermelho: Algum deles lhe pareceu um personagem mais interessante?

Fernando Morais: Todos são personagens muito interessantes, acho que daria para fazer um livro sobre cada um deles. Decidi me concentrar em alguns deles, não só por serem os que tiveram desempenho mais, digamos, cinematográfico, mas também por entender que encarnavam de maneira mais ampla o sentido da missão que o grupo desempenhava nos Estados Unidos: infiltrar-se em organizações de extrema direita da Flórida que estavam patrocinando ataques terroristas contra Cuba. Mas há personagens muito interessantes também, do ponto de vista jornalístico, do outro lado do balcão. Por exemplo, o mercenário salvadorenho que entrevistei em Cuba e que rendeu dois capítulos do livro.

Portal Vermelho: Quem eram essas pessoas que planejavam os ataques a Cuba naquela época? E quem eram os mercenários que os executavam? Faziam só por dinheiro ou havia alguma questão de fundo?

Fernando Morais: Eram organizações de extrema-direita, que atuavam como entidades humanitárias para ocultar seu verdadeiro objetivo. Os mercenários, salvo uma ou outra exceção, como o salvadorenho a quem me referi, atuavam por dinheiro. Mais precisamente, recebiam U$ 1,5 mil por bomba colocada em Cuba.

Portal Vermelho: O senhor acredita que esse sentimento extremado dos EUA (Flórida) em relação a Cuba persiste nas gerações atuais? 

Fernando Morais: Os tradicionais inimigos da Revolução Cubana, os autodenominados anticastristas verticales, estão morrendo ou já estão muito velhinhos. Quando eu terminava o texto final do livro, por exemplo, morreu Orlando Bosch, que era considerado o inimigo numero 1 de Fidel Castro. 

Ainda é possível ver em Miami manifestações de rua contra a Revolução, mas as novas gerações parecem mais interessadas em ouvir salsa do que em colocar bombas. Semanas atrás, por exemplo, o cantor cubano Pablo Milanés fez um espetáculo em Miami. No ginásio onde cantou, ele foi aplaudido de pé por 15 mil pessoas. Na rua, meia dúzia de velhinhos carregavam cartazes de protesto contra ele.

Portal Vermelho: Esse esquema de cubanos infiltrados em Miami conseguiu impedir ataques de fato?

Fernando Morais: Sim, não só impedir dezenas de ataques como permitiu a prisão de dezenas de mercenários estrangeiros que atuavam a soldo de anticastristas de Miami.

Portal Vermelho: O que o seu livro traz de mais revelador?

Fernando Morais: A maior parte das informações contidas no livro é inédita. Além de documentos secretos obtidos em Cuba e nos EUA, e da entrevista exclusiva que fiz com o mercenário salvadorenho Raúl Ernesto Cruz León (na época condenado à morte em Cuba por ter colocado bombas em hotéis e matado pessoas), o livro traz revelações inéditas de bastidores políticos a respeito da correspondência secreta trocada entre Fidel Castro e Bill Clinton – e cujo intermediário era o Prêmio Nobel da Paz Gabriel García Márquez.

Portal Vermelho: O livro vai mesmo virar filme? 

Fernando Morais: Sim, os direitos de adaptação para o cinema foram vendidos para o investidor cultural Rodrigo Teixeira. Aliás, foi com o dinheiro recebido que pude custear parte da pesquisa, já que se tratava de um trabalho caro, que envolveu cerca de vinte viagens a Cuba e aos Estados Unidos.

Portal Vermelho: O senhor já tinha escrito sobre Cuba antes. Como vê a Ilha hoje?


Fernando Morais: Vejo com grande otimismo. As mudanças econômicas postas em prática pelo presidente Raúl Castro são, na verdade, correções de erros cometidos nos primeiros anos pós-Revolução, quando o radicalismo não tinha limites. Mas confesso que não vejo perspectivas de mudanças políticas significativas enquanto perdurar o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba. 

Portal Vermelho: O senhor vê alguma possibilidade de indulto para os cubanos que ainda estão presos nos EUA?

Fernando Morais: Se o presidente Barack Obama se reeleger, no ano que vem, pode ser que ele indulte os presos. O ex-presidente Jimmy Carter se comprometeu a pedir a ele que faça isso. Mas enquanto Obama precisar dos votos da Flórida, majoritariamente cubanos, não há a menor chance de isso acontecer. Essa expectativa vale igualmente para a revogação do bloqueio, medida que também tem como defensor o ex-presidente Carter.

Portal Vermelho: Li que o senhor deve escrever sobre o governo Lula. Pode adiantar alguma coisa sobre esse projeto?

Fernando Morais: Por enquanto não há nada decidido. Creio que nem ele nem eu sabemos exatamente o que pode nascer desses encontros iniciais. Só sabemos é que não deverá ser uma biografia do Lula.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Com grande particpação da UJS, Câmara aprova Estatuto da juventude.

Estatuto traz direitos a jovens de 15 a 29 anos
Câmara aprova estatuto que inclui meia-entrada na legislação federal, atualmente, não há legislação federal sobre o tema, apenas leis estaduais.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (5) o Estatuto da Juventude, que define um conjunto de direitos específicos para jovens entre 15 e 29 anos. Entre as medidas, o texto garante a jovens estudantes o direito à meia-entrada em eventos artísticos e de entretenimento e lazer em todo o território nacional. Hoje, a meia-entrada é regulamentada por legislações estaduais.

De acordo com a União Nacional dos Estudantes (UNE), embora muitos estados já tenham regulamentações, uma lei federal sobre o tema vai garantir a cumprimento da regra em todo país e facilitar o acesso dos estudantes aos eventos.


Segundo a relatora do projeto do estatuto, a deputada federal Manuela d’Ávila (PC do B-RS), a meia-entrada também valerá para eventos esportivos. Ela não confirmou, entretanto, se a meia-entrada para estudantes terá validade durante a realização da Copa do Mundo no Brasil. Para a deputada, esta questão será tratada na Lei Geral da Copa. O texto da Lei Geral estipula que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) defina os valores dos ingressos que serão cobrados nos jogos do Mundial.

“Eu e o ministro [do Esporte] Orlando Silva somos a favor da meia-entrada. Se o governo quiser restringir, será para o período da Copa”, disse a deputada.


Na semana passada, Orlando Silva, afirmou que a decisão sobre a cobrança de meia-entrada em jogos da Copa de 2014 será discutida entre a Fifa e os governos estaduais, uma vez que não há lei federal que conceda o direito.

"Não tem lei nacional que verse sobre meia-entrada. De outro lado, há leis estaduais. Mas o Congresso do Brasil intervir em leis estaduais poderia criar crise institucional. A questão da meia-entrada não tem aspecto federal e será trabalhada nos estados. A única lei federal sobre meia-entrada é para idosos."

Orientação sexual


O projeto do Estatuto da Juventude deveria ser votado na noite desta terça (4), mas, por pressão da bancada evangélica, foi aprovado somente nesta tarde após acordo com a relatora para modificar o texto. Para virar lei, o estatuto ainda depende de aprovação do Senado.

A bancada evangélica posicionou-se contra a parte do texto que trata dos direitos relacionados à igualdade na orientação sexual e da inclusão de temas relacionados à sexualidade nos currículos escolares.



Para conseguir o apoio da bancada evangélica, a deputada Manuela d’Ávila acrescentou no texto que a inclusão de temas relacionados à sexualidade nos conteúdos curriculares deve respeitar “a diversidade de valores e crenças”.

Sobre a capacitação dos professores dos ensinos fundamental e médio para tratar de questões sobre o enfrentamento à discriminação de gênero e de opção sexual, o texto tornou-se mais genérico, ao determinar “o enfrentamento de todas as formas de discriminação”.

Para Manuela, as mudanças de redação não prejudicaram o texto, que segundo ela, garante ao jovem não ser discriminado por sua orientação sexual.

Fonte: UJS / G1