A nova Direção Nacional da União da Juventude Socialista (UJS) realizou nesta quarta (31) e quinta-feira (01/02) sua primeira reunião.
Crise do capitalismo
No primeiro dia da reunião o tema em pauta foi à conjuntura internacional e nacional. A avaliação é de que ainda é muito grave a situação na Europa, entre diversos fatores, é preocupante o fato de não haver mais uma coordenação da crise pela dupla França/Alemanha. Diferente do seu antecessor, François Hollande não tem conduzido junto à Alemanha – maior potência europeia – uma coordenação da crise. Sem um acordo entorno de medidas a serem adotados pelo Banco Central europeu entre as duas maiores potências do continente a crise pode se agravar ainda mais.
Nos EUA, embora haja uma leve recuperação da economia, não é certa a vitória de Obama, o que representaria um grave retrocesso para o mundo, seu adversário Mitt Romney, encarnaria a velha política estadunidense de dominação mundial.
Do outro lado do mundo, na China, os sinais também não são positivos, embora a previsão de crescimento do gigante asiático seja de 7%, representa uma redução de 2% em relação ao ano passado, esta pequena redução diminui o nível de exportações no mundo, atingindo diretamente o Brasil.
Os trabalhadores e a juventude seguem pagando o preço da crise, entretanto, é importante ressaltar que embora novas formas de mobilização tenham surgido em meio ao caos econômico, observa-se que as grandes mobilizações tem sido lideradas pelas organizações tradicionais, como os sindicatos, que levam duzentas mil pessoas as ruas e fazem constates greves gerais no velho continente.
Brasil
O governo da presidenta Dilma tem aplicado muitas medidas positivas no campo econômico, com destaque para a baixa dos juros, entretanto, estas medidas não tem surtido efeito, a projeção de crescimento do PIB para este ano está na casa de 1,5%, o que significa um crescimento pífio, incapaz de dar conta das demandas de geração de emprego e distribuição de renda.
Mesmo com as medidas adotadas a economia brasileira não manteve um crescimento de longo prazo, esta realidade é consequência direta da limitação de projeto político e ousadia do governo Dilma. Embora os juros tenham baixado isto não representou mais dinheiro no bolso do trabalhador ou mais recursos a serem investidos na economia.
Para a UJS, a política de condomínio – que aloja os banqueiros na cobertura – adotada pelo governo Dilma, que tenta conciliar os interesses dos trabalhadores de um lado e o dos banqueiros e da grande imprensa do outro, inviabiliza um maior avanço econômico e social.
Passados 10 anos desde a primeira eleição do governo Lula e da presidenta Dilma, muitas mudanças ocorreram no ensino básico e no ensino superior, a escola técnica experimentou uma grande expansão de suas vagas e do seu orçamento, nas universidades públicas foram criadas 680 mil vagas, além de 1 milhão de vagas no ensino privado através do PROUNI, entretanto, a qualidade do ensino não acompanhou sua ampliação.
A UJS deve apresentar no 14º Conselho Nacional de Entidades de Base da UNE um novo projeto de reforma universitária, com destaque à luta pela qualidade da educação e pala assistência estudantil. Urge a necessidade de um projeto mais avançado e radical de reforma universitária.
Nas universidades privadas a situação da qualidade é dramática. A direção nacional da UJS acredita que não há justificativa para uma universidade que oficialmente não é pública, mas, é financiada em parte pelo setor público – seja através do Prouni ou do Fies –, não cumprir nenhum critério de qualidade e continuar sendo privada, em casos como estes o governo deve assumir sua direção, estatiza-la, abolindo de imediato o pagamento de mensalidades e estabelecendo um comitê de transição para torna-la oficialmente pública.
No ensino básico a situação ganha ares de catástrofe social, a combinação de má qualidade, professores mal remunerados, infraestrutura precária e aumento exponencial da violência preocupa a sociedade como um todo. Para resolver a situação do ensino básico brasileiro não basta preencher a escola de novas tecnologias sem que isto não seja acompanhado de uma mudança no conteúdo pedagógico.
Juventude protagonista das mudanças
A crise do capitalismo tem revelado mais uma vez o
papel central da juventude nas grandes transformações. As conhecidas ocupações anticapitalistas como oOcupy Wall Street, os Indignados na Europa, às massivas mobilizações no Chile e no Canadá por uma educação gratuita, a jornada de lutas do movimento estudantil brasileiro no começo do ano, os esculachos da juventude contra os torturadores da ditadura militar e a greve das universidades federais demonstram nitidamente a sede da juventude por transformações mais profundas.
No Brasil é necessário intensificar e radicalizar ainda mais a luta por estas transformações. Este feito não será realizado sem uma reforma dos meios de comunicação, que assim como algumas universidades privadas, sobrevivem com dinheiro público, mas, não expressam as necessidades do povo brasileiro.
A UJS convoca a juventude para no 14º CONEB da UNE e na próxima jornada de lutas do movimento estudantil construir uma grande mobilização que busque desalojar os banqueiros e a grande imprensa do projeto transformista eleito em 2002, abrindo novas perspectivas de avanços econômicos e sociais para o povo brasileiro.
Fonte: www.ujs.org.br
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