quinta-feira, 29 de setembro de 2011

“Marx me liga” transforma luta de classes em música popular

Uma dupla criativa de jovens parodiou o sucesso de João Bosco e Vinicius, “Chora, me liga”, para falar da luta de classes sob a perspectiva da teoria maxista. A produção da canção “Marx me liga” pode não ser uma das melhores que há no Youtube, mas a letra sem dúvida é. 


A TVermelho agradece a dica via Twitter de Danilo Moreira e convida você a participar também da nossa programação. Basta enviar a sua dica de vídeo para tvvermelho@vermelho.org.br ou para TV Vermelho no Twitter.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sarkozy recebe Lula em Paris

Lula foi recebido com honras de chefe de estado
O presidente francês Nicolas Sarkozy recebeu nesta segunda-feira no Palácio do Eliseu, sede da presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às vésperas da premiação acadêmica que o ex-chefe de Estado brasileiro receberá no prestigioso Instituto de Ciências Políticas de Paris.

O ex-presidente do Brasil, de 65 anos, que deixou o cargo em janeiro e entregou a faixa para a sucessora Dilma Rousseff, foi recebido às 11h (6h de Brasília) pelo presidente francês quase com honras de um chefe de Estado em exercício.

O encontro de caráter privado, segundo o conselheiro diplomático do presidente Sarkozy, Jean David Levitte, durou mais de 45 minutos, mas o teor da reunião não foi divulgado.

Ao fim do encontro, Lula deixou o Palácio do Eliseu sem fazer declarações.

Lula, que quando deixou o poder tinha um índice de popularidade superior a 80% após dois mandatos consecutivos, desembarcou no domingo em Paris, onde na terça-feira receberá o título de doutor Honoris Causa do Instituto de Ciências Políticas.

O ex-presidente do Brasil será a primeira personalidade latino-americana a receber o título desde a fundação do instituto em 1871.

Lula, metalúrgico e sindicalista sem formação acadêmica, será premiado pela abertura de mais universidades públicas no país, assim como pelos programas de combate à fome e à pobreza "Fome Zero" e "Bolsa Família".

Nos oito anos de governo Lula, 29 milhões de brasileiros entraram para a classe média e outros 20 milhões saíram da pobreza.

O Brasil é uma das cinco principais economias emergentes do mundo.

Da AFP Paris

A UNE onde sempre esteve

Por Luciano Siqueira*

Na vida cotidiana, ninguém suporta o sujeito que é do contra em qualquer situação. “De mal com a vida”, rotula-se como espécie de sinal para que se mantenha distância. Contamina o ambiente de trabalho, a vida familiar e o bate papo no botequim.

Mais do que uma chatice, o ser do contra em qualquer circunstância é um equívoco, pois nada é inteiramente errado ou certo. E é sempre recomendável não fechar os olhos ao que há de positivo, sob pena de uma análise unilateral, preconceituosa e distorcida da realidade. E em prejuízo da luta para mudar o que deve ser mudado.

No mundo da política é um veneno mortal. Conduz a conclusões que em nada servem de orientação a quem deseja fazer um juízo de valor dos acontecimentos e tirar consequências práticas.

O comportamento atual da União Nacional dos Estudantes (UNE) tem sido alvo sistemático desse modo parcial de analisar os fatos. Recorrentemente “analistas” da grande mídia tentam impor à entidade universitária dos estudantes brasileiros a pecha de “chapa branca”, insinuando adesão ao governo. Nada mais falso.

Na verdade, a UNE, a exemplo da UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas) e outras entidades do gênero, guardam em relação ao governo uma postura ao mesmo tempo propositiva e crítica. Reconhecem e apoiam programas e medidas acertadas – porque sintonizadas com históricas e atuais bandeiras de luta dos estudantes -, e também criticam e protestam, quando há desacordo entre as políticas públicas e os interesses fundamentais da juventude estudantil. E alevantam a voz em defesa de solução para os problemas estruturais da educação.

Como acontece com as grandes manifestações de rua recentemente realizadas e a Carta aos Estudantes Brasileiros, divulgada no último 7 de setembro, assinada conjuntamente pela UNE, UBES e ANPG (Associação Nacional de Pós Graduandos), que reivindica uma reforma política ampla, que fortaleça a democracia e a participação popular e combata a corrupção e os privilégios de poucos. E conclama os estudantes a irem às ruas para recolher milhões de assinaturas pelos 10% do PIB e 50% do Pré-sal para a educação.

A Carta concita “a juventude brasileira a ocupar cada vez mais espaços, físicos e virtuais, nas ruas, nas escolas, nas universidades, na internet e nas redes sociais, sensibilizando a sociedade brasileira e pressionando todos os governos para aprofundar e ampliar as mudanças necessárias ao país”.

A UNE, portanto, está onde sempre esteve – de bem com a vida e com a luta democrática e popular. Quando apoia, não adere; quando critica, protesta e propõe, não se perfila inexoravelmente nas hostes oposicionistas (como desejam seus críticos). Antes revela maturidade consentânea com a quadra que o País atravessa, de mudanças sociais, econômicas e políticas de relevo – que para serem impulsionadas precisam, sim, do co-protagonismo consequente do movimento estudantil.


Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

* Luciano Siqueira é Médico e Deputado Estadual pelo PCdoB em Pernambuco

sábado, 24 de setembro de 2011

Conferência de PE: Protagonismo para um PCdoB forte!


Entusiasmo, audácia e protagonismo marcaram o primeiro dia da 17ª Conferência Estadual do PCdoB em Pernambuco. O evento – que acontece até domingo (25), no auditório G1 da Universidade Católica (Unicap) -, recebeu o presidente nacional, Renato Rabelo, e contou com a presença de comunistas que cumprem papel de relevância no cenário político estadual, como o Prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, a deputada federal Luciana Santos, o deputado estadual Luciano Siqueira, além do secretário de Ciência e Tecnologia Marcelino Granja.

Pela manhã, o presidente Renato Rabelo, que veio ao Estado prestigiar a Conferência, fez uma intervenção abordando aspectos da crise mundial do capitalismo, iniciada a partir de 2008, decorrente do quadro político internacional. “Não há economia no abstrato. Os problemas econômicos são fruto de decisões políticas. Estamos na terceira grande crise econômica, e ela está atingindo diretamente o centro do capitalismo, que são os Estados Unidos, Europa e Japão. Enquanto isso, a China apresenta altos índices de desenvolvimento, e o Brasil dribla a crise com uma economia que vem se solidificando”, disse.

Rabelo colocou, ainda, a importância da construção partidária, as tarefas do PCdoB e as chances de fortalecimento do Brasil diante da crise internacional. Saiu em defesa da presidenta Dilma, que se firma enquanto liderança política ao priorizar a agenda social, com distribuição de renda, sem ceder à pressão da mídia e das elites conservadoras que tentam mudar o foco do Governo Federal com as denúncias de corrupção, levantando um falso antagonismo entre a era Lula e o atual governo. Entre os acertos da presidenta, os ajustes na macroeconomia, com a redução da taxa de juros, mereceram especial destaque na fala de Renato Rabelo. Para encerrar, reforçou o papel dos movimentos sociais e das lideranças de massa na luta do povo brasileiro, com autonomia de suas bandeiras históricas ou pontuais de luta das categorias.

O presidente do PCdoB em Pernambuco, Alanir Cardoso, avaliou o cenário estadual como momento estratégico para o avanço das forças progressistas, sob a liderança do governador Eduardo Campos (PSB), que em Pernambuco tem acompanhado o projeto de desenvolvimento iniciado por Lula. E animou os conferencistas ao citar a significativa lista de cidades do interior do Estado onde o PCdoB deverá priorizar a construção de chapas próprias de vereador ou lançar candidatos a prefeito, com o objetivo de fortalecer e crescer o Partido a partir das realidades locais.


A Conferência reuniu 405 delegados eleitos, que representam o Partido de 93 cidades da Região Metropolitana e do interior, além de mobilizar 7 mil militantes organizados em 210 bases. Entre eles, várias lideranças políticas, professores, prefeitos, pré-candidatos, vereadores, presidentes e diretores de sindicatos e entidades juvenis, de mulheres, negros e LGBT. Durante todo dia, eles debateram o projeto de resolução política, que pontua as prioridades e posições partidárias diante da conjuntura internacional, a realidade política estadual e os projetos eleitorais municipais para 2012.


Nacionalmente, o PCdoB mobilizou 132 mil militantes na base para a maior conferência realizada pelo Partido, que definiu a primeira posição oficial da sigla diante do governo da presidente Dilma. Neste domingo (25), às atividades serão retomadas para a plenária final, onde será apresentado o balanço das atividades do comitê estadual, votação do projeto final de resolução política e eleita a nova direção estadual do PCdoB.

Do Recife,
Manuella Bezerra de Melo

Fonte: http://www.lucianosiqueira.com.br

Posse das diretorias da UEP e da UMES movimentam Pernambuco.


Na noite desta sexta-feira (23/09), um evento movimentou o cenário político de Pernambuco, aconteceu na Universidade Católica de Pernambuco a posse das novas diretorias da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP - Cândido Pinto) e da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES). O evento contou com a presença de lideranças de diversos grêmios e diretórios estudantis do estado inteiro.

Com um ato político bastante representativo, que contou com a presença de Anísio Brasileiro (Reitor eleito da Universidade Federal de Pernambuco), Anderson Gomes (Secretário Estadual de Educação), Jurandir Liberal (Presidente da Câmara dos Vereadores do Recife, Luciana Santos (Deputada Federal), Luciano Siqueira (Deputado Estadual), Paulinho (Presidente do Conselho Estadual de Juventude), Sergio Goiana (Presidente da CUT-PE), Paula Falbo (Conselho Nacional de Juventude), Ângelo Raniere (1º Vice-presidente da UNE) e um representante da Reitoria da UNICAP.

Mais de 200 estudantes estiveram presentes e participaram ativamente cantando palavras de ordem como: "O Movimento Estudantil, Unificado pras Mudanças no Brasil" e "Estudante na rua qual é sua missão: 10% do PIB pra educação". 

Um fato que merece destaque, foi a fala do Deputado Estadual Luciano Siqueira. Num discurso emocionado, ele fez um breve histórico sobre um jovem idealista que foi perseguido pela Ditadura Militar e até hoje inspira gerações a lutar por seus ideias, o nome desse jovem é Cândido Pinto, ex-presidente da UEP, que hoje tem seu nome eternizado numa homenagem justa feita pela entidade que hoje se denomina: UEP - Cândido Pinto.

Após o ato político, foram apresentados os diretores da UEP e da UMES, que subiram ao palco e receberam o apoio dos estudantes presentes. Assim estavam empossadas as diretorias das duas entidades que mais representam os estudantes pernambucanos.

Diretoria empossa da UEP - Cândido Pinto

Diretoria empossada da combativa UMES

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ismael Cardoso: UJS 27 anos, acender o pavio

Sob o olhar desconfiado da ditadura militar, que definhava, jovens se reuniam na assembléia legislativa de São Paulo, liam um manifesto aprovado naquele encontro que dizia: “Somos jovens operários, camponeses, estudantes, artistas e intelectuais. Buscando o futuro e a liberdade, os direitos que nos são negados, a esperança banida, a vontade subjugada.” Nascia no dia 22 de Setembro de 1984, a União da Juventude socialista!

Por Isamel Cardoso*

Arquivo UJS
 



Pela Juventude

O ano é 1987, em Brasília são intensos os debates sobre a nova constituição do Brasil, alguns jovens militantes da UJS chegam com uma missão quase impossível, garantir o direito aos jovens de votarem a partir dos 16 anos! Depois de mais de duas décadas de ditadura militar, aprovar não só o voto direto para todo o povo, mas, que este voto se inicie aos 16 anos parecia impossível, porém, fazia jus a uma organização que nascera como diz a música para “sonhar mais um sonho impossível”.

Os deputados Hermes Zanetti (PMDB-RS) e Edimilson Valentim (PCdoB-RJ) apresentam a emenda do voto aos 16 anos. No dia 17 de Agosto de 1988 a emenda vai à votação no plenário da câmara, defendem a proposta Afonso Arinos (PSDB-RJ), Maurilio Ferreira (PMDB-PE) e Bernardo Cabral (PMDB-AM) que era o relator da constituinte. Contados os votos o presidente da câmara Ulisses Guimarães anuncia o resultado, por 316 a 99 votos é aprovada a emenda constitucional do voto aos 16 anos de idade! A UJS marca profundamente a história do país e da juventude. No ano de 1989 retiram o título de eleitor três milhões e duzentos mil jovens com menos de 18 anos!

Pelo Brasil

Com a intenção de iniciar o projeto neoliberal no Brasil e envolvido em denúncias de corrupção Fernando Collor seria o primeiro presidente a ser impeachmado na história recente mundial. Foi a UJS que tomou à dianteira e iniciou as mobilizações do “Fora Collor”.

A sociedade não acreditava ser possível derrubar o primeiro presidente eleito pelo voto direto. Também existiam aqueles que não acreditavam na juventude, no movimento estudantil, um deputado chegou a dizer em plenária na época que a UNE havia morrido, em resposta o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) disse que ele deveria tomar cuidado, pois, “se surpreenderia com a vitalidade do defunto”, três meses depois explodem grandes passeatas por todo país lideradas pela UNE e pela UBES. Lindberg Farias e Mauro Panzera, respectivamente presidentes da UNE e da UBES, eram dirigentes da UJS.

A volta dos caras pintadas treze anos depois

Depois de longos anos de muita resistência, a luta do povo brasileiro cria um feito dos mais belos de sua história, elege um nordestino, um ex-operário, da a ele o primeiro diploma de sua vida, o diploma de Presidente da República, o Brasil elege Luiz Inácio Lula da Silva.

Com uma economia em frangalhos é necessário erguer o projeto nacional de desenvolvimento, porém, este projeto não era e não é o projeto daqueles que sempre governaram, que a 500 anos saqueavam o país, a eleição de Lula era só um passo, muita luta seria e ainda é necessária para fazer valer um projeto de país avançado.

Em 2005 inicia-se uma grande ofensiva da direita com graves denúncias de corrupção. O que quero observar neste momento da história é a sagacidade política da União da Juventude Socialista, enquanto muitos se escondiam, choravam, pois, não acreditavam mais ser possível dar continuidade naquele momento ao projeto popular eleito em 2002, nós dissemos não! Eram 500 anos de história para que chegássemos até aquele momento, era preciso lutar, ocupar as ruas!

Foi assim que através do movimento estudantil propusemos a volta dos “caras pintadas”, mas, diferente de 1992, este movimento não viria para derrubar o presidente, pelo contrário, para garantir a continuidade de seu mandato. O Presidente da Câmara na época era o Dep. Aldo Rebelo (PCdoB-SP) afirmou que para derrubar o presidente teria de ser nas ruas. Todas as atenções estavam voltadas para aqueles meninos e meninas que estavam alojados no estádio Mané Garrincha e, que de la saiam todos os dias de manhã para mobilizar os estudantes de Brasília. A sociedade estava dividida.

No dia 16 de agosto de 2005 em Brasília e, por vários dias em todo o país a resposta a elite foi uma só, “Não passarão!” e, o mandato do presidente foi garantido. Mais uma vez a ousadia, a percepção aguçada daqueles e daquelas que lutam incansavelmente por um país melhor falou mais alto e, ajudamos juntos com várias outras organizações juvenis a transformar profundamente a nossa história.

O cheiro de pólvora no ar

O capitalismo enfrenta uma de suas maiores crises, o sistema financeiro está se dissolvendo. Até o momento tudo que Barack Obama fez foi salvar 22 bancos e demitir 25 milhões de trabalhadores, além de entrar em mais uma guerra invadindo a Líbia. Tem sido assim, aumento da miséria e da violência por todo o planeta.

O Brasil não é imune a esta crise, a presidenta Dilma deu boas respostas aos problemas econômicos, mas, ainda é muito pouco, chegará a hora em que não será mais possível sustentar este modelo econômico que de um lado garante uma certa distribuição de renda aos trabalhadores e de outro paga mais de cem bilhões aos banqueiros, lacaios ou, na linguagem do povo, verdadeiros agiotas! Uma hora esta corda arrebentará, e de que lado ela vai arrebentar é a grande questão!

Elevar a consciência do povo para esses problemas é a tarefa imediata e, faremos isso repetindo o que fizemos no mês passado, ocupando o Banco Central muitas outras vezes. Lutar pela reforma política é outra questão fundamental, é evidente que o congresso nacional vive uma crise institucional e, as passeatas contra a corrupção são uma resposta – embora tenham um alvo muito limitado – a esta crise institucional.

Taxar as grandes fortunas tem sido a tônica em todo o mundo e no Brasil é quase um pecado tocar neste tema, mas, não é pecado que os mais pobres paguem mais impostos como tem ocorrido, não é pecado que o Brasil consuma mais de 40% do seu PIB enchendo as burras da banca financeira!

Honrar a história de lutas da juventude é manter-se em permanente mobilização, A UJS existe para isso, para transformar a história de seu povo, para construir o socialismo. Há um cheiro de pólvora no ar e se isso é verdade, cabe a nós tentar acender este pavio!

*Ismael Cardoso é Diretor de Comunicação da UJS.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A UJS comemora 27 anos de muitas lutas e com muito vigor.

Em homenagem aos 27 anos da gloriosa União da Juventude Socialista (UJS), posto em meu blog o Manifesto para reafirmar nossa ideologia e manter vivo nas nossas mentes nossos ideias. A UJS completa 27 anos neste dia 22 de setembro (dia Nacional da Juventude) com um importante histórico de lutas e conquistas para a juventude brasileira.

Apesar do tempo, a UJS continua firme, forte e combativa. Nossa entidade está mais viva do que nunca e com um vigor de dar injeva. Estamos presentes em todos os estados e no distrito federal. Disputamos e conquistamos a opinião da juventude brasileira e lutamos para que ela tenha dias melhores, com igualdade de oportunidades e garatia de serviços públicos de qualidade. Queremos um Brasil Socialista e todos podem fazer parte dessa luta nos ajudando a construstruir uma nova história do Brasil!

Se você está querendo mudar o Brasil, não fique só na vontade. Venha pra UJS e lute por uma sociedade mais justa junto com a gente. Aqui aprendemos a conhecer melhor o Brasil, sem as farsas da históriografia oficial. E assim, juntos, conseguiremos apontar as saídas para nossas desigualdades históricas e construir uma nação soberana, idenpendente e desenvolvida plenamente.

Viva a UJS, viva a Juventude Brasileira!!


Socialismo com a nossa cara
Manifesto da UJS

1. Nos bancos das escolas e universidades, no cotidiano do trabalho das fábricas e repartições, nas periferias, no duro ofício de lavrar a terra, nas praças, ruas, palcos, quartéis, campos, praias e festas dizemos: Presente!

2. Somos milhões de faces que dão a cara jovem ao Brasil. Somos socialistas porque, somos jovens e andamos abraçados com o futuro e a busca da felicidade - desejos que são diariamente frustrados nessa sociedade capitalista que não tem perspectiva e só nos oferece a desilusão e a exploração.

"Há tempos são os jovens que adoecem" [Legião Urbana]

3. Aqui no Brasil somos discriminados e postos de escanteio. Amargamos o não aproveitamento do melhor de nossa criatividade e energia na imensa fila dos desempregados. A placa de "NÃO HÁ VAGAS" é a senha de nossa exclusão e marginalização. Somos milhões que não têm acesso às universidades ou a nenhuma forma de ensino profissionalizante. O analfabetismo ainda atinge muitos de nós. Nas escolas e universidades encontramos um ensino elitista, atrasado e conservador, sem investimentos e democracia.

4. Toda a nossa história e a nossa cultura expressadas em incalculáveis prosas e versos, em livros e nas artes, que constituem um fantástico patrimônio cultural, inclusive já encenadas no cinema, teatro e televisão, não são acessíveis a todos. No Brasil, permanece o monopólio dos meios de comunicação, que não permitem a expressão da cultura popular e a propagação de idéias e da pluralidade.

5. Para nós, oferecem o individualismo, a discriminação e a exclusão social. As drogas, além de serem tratadas como crime, são lembradas somente nos telejornais, persistindo a absurda ausência de uma mínima política de Estado capaz de tratar o problema como uma questão de saúde pública, o que acaba somente por enriquecer os capitalistas e o tráfico.

6. Nossas cidades não nos oferecem espaços públicos de esporte e lazer, não temos acesso à mobilidade urbana e ainda enfrentamos graves problemas de moradia. Nas periferias falta segurança pública e a realização de outros direitos fundamentais para o nosso desenvolvimento pleno. A insegurança toma conta dos grandes centros. Esse meio não nos interessa, não nos satisfaz, queremos cidades capazes de incluir a todos sem discriminação de crença, cor, gênero e classe social.

7. Queremos acesso à saúde pública de qualidade e universal. Somente assim combateremos as epidemias e as doenças que atingem a parcela mais necessitada de nosso povo. Não queremos enriquecer a indústria farmacêutica nem o oligopólio dos planos de saúde privada. É preciso investir em saúde preventiva e em qualidade de vida.

8. Nossa sexualidade precisa ser respeitada, livre de dogmas e de visões conservadoras. Não nos oferecem educação sexual nas escolas e não temos acesso a métodos contraconceptivos. São milhares de jovens que enfrentam uma gravidez sem nenhuma proteção e acompanhamento. Por ser tratado como crime e não como problema de saúde pública, o aborto em clínicas de fundo de quintal acaba sendo a única alternativa para interromper uma gravidez precoce e indesejada. Muitos jovens são vitimados pela Aids, por falta de informações e meios de prevenção. No Brasil, a sexualidade é banalizada e reproduz o machismo e a homofobia.

9. Nosso meio ambiente é vítima da insanidade capitalista que o degrada, polui e destrói. O Brasil do futuro depende do equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação das nossas riquezas naturais.

"Quem quer manter a ordem?" [Titãs]

10. Os donos do poder afirmam que vivemos uma democracia porque temos eleições. Escondem que as regras dessa ordem só servem para os que têm poder financeiro.

11. Essa democracia nos discrimina não nos ouve e não nos serve. Somos considerados o futuro e, no presente, não temos espaço para opinar, participar e decidir. Mesmo esta falsa democracia cada vez mais é atacada e limitada.

12. A violência nos persegue o tempo todo. Muitos dos nossos nos ferem ou se matam em disputa entre gangues, ou são espancados pelos próprios pais.

13. Outros recebem uma bala perdida ou são vítimas de assalto ou perseguição. No capitalismo não temos paz.

14. Nossa liberdade é extremamente vigiada e reprimida. As elites e os meios de comunicação discriminam o negro, tratando-o como escravo "moderno" e deformando sua história. Às mulheres não dão igualdade de direito e não entendem sua realidade e suas diferenças. A homossexualidade é tratada como doença e não como livre orientação sexual. Preconceito e discriminação são as marcas do nosso tempo.

"Que país é este?" [Legião Urbana]

15. Com um povo criativo, num vasto território e riqueza de fazer inveja, nosso gigante viveu por séculos ajoelhado. O Brasil ainda precisa avançar na sua independência em relação aos países imperialistas, em especial os Estados Unidos.

16. O que move a chamada globalização é a busca do lucro, o desejo de acabar com a soberania dos países, explorar seus trabalhadores, destruir suas culturas e anexar suas riquezas. Conduzido neste rumo em décadas de submissão, nosso Brasil viu sua bandeira pisoteada, sua independência destruída e seu futuro comprometido.

"Quero ver quem paga pra gente ficar assim" [Cazuza]

17. Nossa história está marcada pelo atraso e pela subordinação extrema. Portugal, Inglaterra e Estados Unidos, foram eles, ao longo do tempo, que promoveram a escravidão, a monocultura, o atraso industrial, o desenvolvimento dependente e, mais recentemente, a tentativa de desindustrialização e da transformação do nosso em mercado de bugiganga.

18. Mas não foram eles os únicos responsáveis por esta triste história e pelo rumo atual. Os latifundiários, praga secular do nosso país, sempre sustentaram este rumo através da violência e do coronelismo político.

19. A chamada burguesia brasileira, incompetente e adepta do projeto imperialista, em sua maioria, sempre se subordinou aos interesses de seus patrões e de seus subordinados externos. O capital financeiro aqui já surgiu ligado aos grupos monopolistas estrangeiros.

"Homem primata, capitalismo selvagem" [Titãs]

20. Se o capitalismo em nosso país é trágico para o povo, no mundo não é diferente. Em sua fúria exploratória tenta fazer do mundo inteiro um vasto campo para sua ganância. Proprietários da tecnologia fazem suas mercadorias e capitais percorrerem o mundo com velocidade. Trilhões de dólares circulam nos sistemas financeiros como nuvens por todo o globo, vivendo somente da especulação e do roubo.

21. Globalizado o capitalismo, globalizada a exclusão capitalista, que arrasta milhões para a miséria, as doenças, a fome e a morte. Globalizado o capitalismo, globalizado o caráter desumano, cruel e ineficiente. Globalizada a necessidade de superá-lo, de pôr fim nesta barbárie "moderna".

"... carro alegre, cheio de gente contente..." [Pablo Milanés]

22. Assim é a história: a juventude e os povos do mundo não se calam diante do caos capitalista. Em todos os continentes se levantam vozes e punhos contra o capitalismo e seus males. Exigem direitos sociais, defendem seu país, sua liberdade e assim, de dedo em riste, encaram o capitalismo, negador dos seus anseios.

"Mas eu não sou as coisas e me revolto" [Carlos Drummond de Andrade]

23. A história do capitalismo é também a história de resistência à exploração e de defesa de outra sociedade. Esta luta gerou em 1848, pelas mãos dos jovens alemães, Karl Marx e Friedrich Engels, o Manifesto do Partido Comunista, programa básico de luta contra o capitalismo e em defesa do Socialismo. Programa que até hoje nos inspira. Em 1917, sob o comando de Lênin e outros revolucionários, o Socialismo provou, na velha Rússia, que o capitalismo não é eterno. Em poucas décadas o Socialismo alterou a face do mundo, levando à construção da União Soviética e à vitória de vários povos do Leste Europeu e da Ásia. Nestas suas primeiras experiências históricas provou que é superior ao capitalismo ao oferecer direitos sociais e uma nova perspectiva de vida para a humanidade, mesmo vivendo sob o constante cerco capitalista. Jamais um país enfrentou tantas agressões. E, ainda assim, foi a URSS que derrotou a agressão nazista, perdendo 22 milhões de patriotas, abrindo uma época de mais direitos sociais, democracia e o fim do colonialismo.

24. No entanto, o povo, força principal da revolução, foi perdendo protagonismo. A democracia e a liberdade foram se reduzindo para os trabalhadores e a juventude. A vida cultural e científica passou a ser tratada com oficialismo, fatores que desarmaram as forças revolucionárias, levando ao fim deste primeiro ciclo socialista na URSS e no Leste Europeu. Mas o tempo não pára. A resistência e a evolução do Socialismo na China, em Cuba, no Vietnã e outros países, junto com a luta dos povos em todo o mundo, abrem caminhos da nova luta pelo Socialismo, em especial na Ásia e na América Latina.

25. Esses reveses, nas primeiras experiências socialistas, revelam erros e mostram a necessidade de aprimorarmos mais seu projeto. A construção do Socialismo está apenas no começo. Hoje perseguimos a edificação de um novo tempo, humanizado, igualitário, que constituirá as bases do Socialismo em nosso século. No Socialismo com a nossa cara, o Brasil experimentará a sua própria experiência, construída a partir da nossa própria história.

"Canta, canta, minha gente / deixa a tristeza pra lá / canta forte, canta alto / que a vida vai melhorar..." [Martinho da Vila]

26. Temos alegria e rebeldia para derrotarmos a face velha e capitalista do Brasil e em seu lugar colocarmos o Socialismo com a nossa cara. O Brasil socialista que queremos terá um poder popular, uma República de trabalhadores que acabará com a exploração e nele haverá a verdadeira liberdade e a mais ampla democracia para o povo e para a juventude.

27. O ser humano, como seu primeiro objetivo, será libertário e criativo, incentivando o conhecimento e a transformação, será justo e igualitário. A terra e as empresas trarão benefícios para todos e não somente para um punhado de capitalistas. O trabalho passará a ser um valor fundamental do desenvolvimento humano. Nosso país socialista se relacionará com o mundo de forma independente, respeitando a autonomia dos outros povos. Romperemos as amarras que nos mantiveram tanto tempo de costas para o nosso continente e finalmente assumiremos nossa identidade latino-americana.

28. Nosso povo, internacionalista, apoiará as lutas de outros povos por um mundo melhor. No Brasil socialista, nós jovens seremos considerados uma força presente e nele conquistaremos o espaço para discutir, participar e decidir sobre nossos interesses e sobre o rumo do país.

"Os meninos e o povo no poder..." [Milton Nascimento e Fernando Brant]

29. Não queremos fórmulas. O nosso Socialismo será verde e amarelo, tocará viola, fará hip-hop, dançará samba e rock. Fará carnaval e jogará futebol. Será construído a partir de nossa realidade e caminhos que nós descortinaremos.

30. Beberá da experiência da história da luta do nosso povo. Terá o vigor dos versos abolicionistas de Castro Alves, a revolta de Zumbi, o desejo de liberdade de Tiradentes, a bravura de Helenira Rezende, de Osvaldão e dos guerrilheiros do Araguaia, o hino democrático das Diretas Já, a cara jovem e pintada do Fora Collor, e a alegria dos que comemoraram a chegada de forças políticas oriundas dos partidos populares e dos movimentos sociais ao governo do país. Guardará a lembrança daqueles que ontem resistiram e hoje resistem ao neoliberalismo e que carregam consigo a bandeira da esperança e a certeza de que o futuro nos pertence.

31. Beberá também da história da nossa América Latina, da vontade de unidade que moveu Bolivar, da revolução camponesa de Zapata, da luta de Sandino, do exemplo de dedicação e combatividade de Ernesto Che Guevara.

32. Nele, conquistaremos emprego digno, ensino público e gratuito, de qualidade, para todos, em todos os níveis. Nele garantiremos acesso à arte produzida em nosso país e no mundo. Lutaremos por uma nova cultura, progressista, popular e brasileira, por incentivos e espaços aos nossos artistas. A ciência e a tecnologia deverão ser desenvolvidas e utilizadas para nossos interesses, não para generalizar desemprego, destruir a natureza ou produzir armas e guerra.

33. Queremos que esporte e lazer façam parte do nosso cotidiano e que tenhamos facilidade para viajar para todos os lugares de nosso país.

34. Os grupos de extermínio terão que acabar e a polícia, ao invés de nos perseguir, vai ter que prender aqueles que destroem a natureza, que roubam o dinheiro do povo, que vendem a droga e promovem a prostituição.

35. Brasileiro, formado pelas várias etnias que se somaram e criaram um povo novo, nosso Socialismo terá de acabar de fato com a discriminação e os preconceitos de toda a espécie. Nele exigiremos direito à saúde, à habitação e ao futuro. A natureza será protegida como será protegido o nosso povo. Nossa infância terá atenção e em vez de viver jogada pelas ruas, terá o direito de brincar e de crescer sorrindo. Ajudaremos a acabar com o analfabetismo e com a ignorância. O povo aprenderá a linguagem dos computadores e da Internet, mas não deixará de lado o seu hábito de diálogo franco e seu contato social permanente. Queremos que TVs, Rádios, Cinemas e todos os meios de comunicação deixem de ser instrumentos de quadrilhas e sirvam aos nossos interesses.

36. Parece utopia, mas é plenamente realizável. Nós transformaremos a face do Brasil. Nunca negamos nossa rebeldia e força para as grandes transformações. A revolução que queremos exige muita luta. Não será obra fácil. De sua edificação terão que participar os trabalhadores do campo e da cidade, a juventude, os artistas e as personalidades populares. A união popular será a arma principal para vencermos. Dela deverão participar os sindicatos, as entidades estudantis e todas as organizações do povo. Os partidos do povo, unidos, deverão também fazer parte de uma ampla frente por uma vida nova.

"O homem coletivo sente a necessidade de lutar" - [Chico Science]

37. É para construir essa vida nova que te convidamos. A solidão não cabe para nós, pois vivemos a luta deste tempo - cruel sim, mas também desafiador. Juntos escreveremos a história desse novo Brasil que desejamos.

38. Aqui, na União da Juventude Socialista, vão se encontrar as bandeiras vermelhas, verde-amarelas e os nossos anseios, nossa rebeldia, nossa solidariedade e a luta diária pelo Socialismo. Não nascemos para o silêncio, nascemos para cantar e viver outra vida, melhor e mais justa. Assim será a república de trabalhadores que ajudaremos a construir. Nela estarão "os meninos e o povo no poder...". Nela estará hasteada bem alta a bandeira do Socialismo e, nas faces, estampada a nossa alegria.

 
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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Renato Rabelo: Crise exige mais audácia das forças de esquerda

Teve início no sábado (17\09) a 8ª reunião do Comitê Central do PCdoB. Na pauta, a conjuntura nacional e internacional. O presidente do partido, Renato Rabelo, abriu o evento com uma apresentação ampla, que abordou todo o conjunto de temas em análise. Leia, a seguir, o pronunciamento de Rabelo na íntegra:

A terceira grande crise do capitalismo em um mundo em transição

A grande crise do capitalismo iniciada em 2007-2008 continua regendo a dinâmica econômica, financeira, social e política do mundo. O PCdoB já vem indicando, em seus últimos Congressos, que o mundo vive uma transição econômica, que vai se refletindo também numa transição do sistema de poder mundial. 

A crise que eclodiu em 2007-08 – a terceira grande crise do capitalismo – vem se desdobrando e atingiu sua segunda fase aguda em agosto deste ano. Não se trata, portanto, de uma nova crise, mas a terceira grande crise do capitalismo em um mundo em transição, acelerando este processo porque o centro do sistema atual é o mais profundamente atingido. Perde espaço relativo, assim, para as novas forças em ascensão, que por sua vez saem mais rápido dos abalos econômicos e financeiros de proporções globais. Estas têm sido as categorias com as quais o PCdoB trabalha e que compõem a lógica de nossa análise sobre as tendências do mundo atual.

Esta crise acelera o já constatado declínio progressivo e relativo da hegemonia do imperialismo estadunidense, enquanto cresce o papel da República Popular da China – país socialista – pela pujança da sua economia (o 2º. maior PIB do mundo: 5 trilhões e 700 bilhões de dólares, acima do Japão) e sua ascendente influência geopolítica. 

Embora também sofra os efeitos danosos da crise, a chamada periferia do sistema capitalista – notadamente, Índia, Rússia, Brasil, África do Sul e a já citada China – a enfrenta com resultados favoráveis ao crescimento econômico. Destaca-se que na América Latina se mantém e até se amplia o leque de países governados por lideranças e blocos de forças que lutam pelo desenvolvimento soberano e democrático. 

Apesar do declínio da supremacia unipolar dos EUA, acelerado pela crise, e de se vislumbrar um mundo mais equilibrado, multipolar, a tendência deste curso econômico atual tem que ser visto numa dimensão histórica e na justa compreensão da natureza do imperialismo.

Ou seja, o declínio de uma supremacia imperialista hegemônica mundial não transcorre de modo pacifico e poderá se estender por longo período histórico, devido ao fato de os Estados Unidos ainda serem uma potência econômica e tecnológica, detém a moeda internacional de reserva de valor, além da influência ideológica e política que exerce no planeta por inteiro. 

Segundo o historiador marxista Eric Hobsbawn, estaríamos vivendo a era de declínio da hegemonia dos Estados Unidos. E a partir da compreensão da natureza do imperialismo, vivemos um cenário internacional contaminado pela instabilidade, ameaças e pelo risco de grandes perigos. As guerras de ocupação do Afeganistão, do Iraque e, agora, a intervenção ostensiva da OTAN na Líbia e as ameaças de intervenção contra a Síria -- sob a falsa defesa da democracia e dos direitos humanos -- demonstram que os EUA poderão recorrer cada vez mais às armas, visto que, ostenta de longe, a condição de maior potência bélica. Ainda é sua condição absoluta.

Os ultraliberais responsáveis pela crise continuam no comando

O que caracteriza essa segunda fase aguda da crise é a elevada dívida pública dos Estados Unidos e dos países da União Européia que -- para salvar grandes bancos e grandes monopólios -- despejaram trilhões de dólares nessa operação salvamento. A volumosa dívida privada foi estatizada, “socializada”. Esses imensos recursos não produziram nenhum efeito na retomada do desenvolvimento econômico e do crescimento do emprego. Prevalece a desaceleração da economia do centro capitalista, com estagnação e risco de recessão global; onda sucessiva de inadimplências; instabilidade e enfraquecimento do dólar; guerra cambial e protecionismo econômico; desemprego crescente e aumento desenfreado da exploração sobre os trabalhadores. 

A margem de manobra deste conturbado centro capitalista restringiu-se. Na esfera dos juros, suas taxas já beiram a marca do zero; no plano dos investimentos, eles também têm dificuldades, pois os Estados se endividaram para socorrer a quebradeira do setor privado. A Europa, em particular, é duramente atingida. Inicialmente foram afetados os países da periferia da Zona do Euro, agora, foram golpeadas a Itália e a Espanha. “A situação na Europa é imprevisível, grandes bancos franceses caminham para a falência”, na opinião de Luiz Inácio Lula da Silva.

Para compreender o essencial desta grande crise lançamos mão também de outras categorias: a luta de classes na fase atual da vida do capitalismo, e do conceito de que a economia é, em verdade, Economia Política. Os ultraliberais responsáveis pela crise continuam à frente do comando político de grandes potências. O neoliberalismo, embora desmoralizado pelo fracasso, recrudesceu no centro capitalista. 

Nos EUA, Barack Obama se curvou à onda neoconservadora, e os setores mais reacionários do país – como o Tea Party – ganham força. Exigem mais absolutismo do mercado. Na Europa, a direita domina o cenário político, inclusive com o aparecimento de bolsões de extrema direita. “As cabras continuam tomando conta da couve”, como diz o povo. 

Essa hegemonia dos ultraliberais é que condiciona fortemente as tendências, os desdobramentos e possíveis cenários decorrentes do atual quadro. “É uma situação de ‘trevas’, diferente de 1929-30, com o New Deal de Franklin Roosevelt, que teve saída progressista e trabalhista”, disse recentemente a economista Maria da Conceição Tavares. 

Embora na Europa e no Oriente Médio haja descontentamento e revoltas sociais, o que prevalece até o momento é um hiato político de representação protagonista do campo patriótico, democrático e progressista. Só forças políticas novas, orientadas por concepções e projetos alternativos aos paradigmas neoliberais, podem enfrentar, romper e superar a lógica liberal reinante.

Situação exige mais audácia das forças de esquerda

Por conseguinte, se insere aqui na concepção marxista acerca das crises do capitalismo, para nossa compreensão da situação atual, que as crises fazem parte dos ciclos do capital e, independentemente de suas intensidades, o capitalismo não se destrói por si mesmo. Se não for confrontado por alternativas distintas -- que inaugurem um novo ciclo político e econômico, que levem a rupturas do sistema -- ele encontra sempre saídas, embora provocando maiores desastres econômicos, sociais e políticos, para prosseguir com seu processo de expansão. A profundidade da crise é o fator objetivo, imprescindível à mudança radical, revolucionária. Mas se o fator subjetivo mudancista ou revolucionário, que é decisivo, não atua no sentido de nova condução, de novo ciclo, não haverá mudança nem revolução.

Neste contexto do aprofundamento da grande crise estamos em face de embates de grande envergadura. Em síntese, as grandes potências tentam lançar o ônus da crise sobre os ombros dos trabalhadores e buscam aumentar o saque sobre os demais países. Situação que exige mais audácia política das forças de esquerda para impulsionar o governo no rumo de maior independência, em conjunto com as nações da chamada periferia do sistema, como é caso do Brasil. Os exemplos históricos são muitos e significativos.

O novo governo: a presidenta vai conquistando a sua autoridade política e seu governo procura defender o país da recidiva da crise em 2011, num mundo em transição, e abre-se a possibilidade de se avançar nos objetivos maiores para concretização de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, com o respaldo da mobilização e protagonismo popular.

A presidente firma sua autoridade e liderança

O governo Dilma Rousseff entrou em seu 9º. mês de existência com amplo apoio na população, segundo pesquisas de opinião, e vai firmando sua autoridade e liderança perante a nação. É um governo genuinamente de continuidade, tendo como desafio avançar no rumo do desenvolvimento nacional, soberano, democrático, de progresso social e de integração solidária da região. 

Diante da extensa e diversificada base partidária de apoio, a presidente procurou pessoalmente fortalecer os seus vínculos, através de reuniões conjuntas do Conselho Político, reuniões por grupos partidários e bilaterais. Dilma tem obtido vitórias na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, apesar da condução desordenada no episódio da reforma do Código Florestal. Também na sensível área econômica cresce a percepção de que a primeira e última palavra é sua e de quem manda mesmo no Ministério da Fazenda e no Banco Central é a presidenta. Além disso, Dilma interage com o movimento social, estabelecendo um dialogo permanente com as centrais sindicais e os estudantes, recebendo os lideres de todas as grandes manifestações em Brasília.

A oposição representada pelos partidos conservadores, que se encontra hoje sem alternativa, sem programa, sem liderança maior, é exercida de forma protagonista pela mídia hegemônica, pois domina os mais poderosos meios de comunicação. Essa oposição institucional-midiática trabalhou desde o primeiro momento para incompatibilizar o governo Dilma com o de Luis Inácio Lula da Silva, tentando meter uma clivagem entre os dois. A oposição, sem alternativa, encontrou no mote da “faxina” contra a corrupção o meio de pautar o governo, tentando impor uma agenda política ao país, explorando um sentimento popular de desconfiança nas instituições políticas e na prática política. Estes setores buscam, desse modo, incompatibilizar a presidente com sua base parlamentar, imputando a origem da “sujeira” ao governo anterior de Lula, que supostamente agia com leniência nesses casos. 

A presidente procurou responder a essa investida, não se deixando envolver, tornando nítido que no centro da agenda do governo está o desenvolvimento com distribuição de renda. A sua faxina, como ela mesma anunciou, se destinava a sacudir e eliminar a extrema pobreza do país. A ética pública, o respeito aos recursos públicos, não era sua bandeira, mas uma obrigação baseada em princípios fundamentais da moral e da eficiência do serviço público. Procurou evidenciar assim na realidade, como reflexo da luta política em curso, duas pautas prioritárias opostas: uma prioridade a do governo e outra, a pregação oposicionista propagandeada pela mídia conservadora.

Importante vitória política da presidente e das forças progressistas

Na atualidade torna-se antes de tudo uma questão política nodal, a resposta do governo diante do impacto da recidiva da crise econômica mundial visando a defesa da economia nacional. Neste sentido, os êxitos da orientação do governo elevarão o prestigio da presidente. O governo vem definindo e aplicando medidas de enfrentamento da crise e de defesa do país. Procurou restringir o fluxo do capital especulativo elevando as taxas de IOF e freando de certo modo a livre movimentação de derivativos. Atua diferentemente do passado, em conjunção com o Banco Central, ampliando o período de atingir o centro da meta de inflação (4,5%), para não provocar uma queda abrupta do desenvolvimento econômico. Deu destaque e prioridade ao Programa Brasil Sem Miséria e, mais recentemente, ao Plano Brasil Maior, visando a defender e impulsionar a indústria nacional, cujo objetivo requer orientação de maior profundidade. E se movimenta, também, no sentido de elevar os recursos para a saúde pública, o SUS, e a ampliação de uma educação pública de qualidade.

Mas o fato mais significativo e promissor -- porque começa a subverter a base de compromissos com os círculos financeiros mais poderosos -- é a decisão recente do BC de reduzir em 0,5% a taxa de juros Selic. O mercado financeiro foi surpreendido e perplexo apelou agressivamente, demonstrando ser uma perda fundamental para o sistema vigente. Reagiu proclamando ser uma quebra de “protocolo” e subversão aos “princípios mais valiosos” do sistema de metas de inflação. Veio à tona de forma nítida o que é a tão proclamada “independência” do BC. O protocolo de dependência do BC ao mercado financeiro foi quebrado. 

Por isso, para eles, o BC assinou a sentença de morte da sua independência. O economista Yoshiaki Nakano, concluiu: “A rigor, o BC finalmente tornou-se independente do mercado”. Na visão e interesse do mercado financeiro, o BC tem que considerar exclusivamente a taxa de inflação, não cabe a ele se importar com o crescimento da economia. Evidente, este é o interesse essencial de quem ganha com a elevação das taxas de juros.

Essa “particularidade” da economia nacional tem raízes políticas, econômicas e sociais. As exorbitantes taxas de juros transferem grande volume de recursos do governo e da sociedade para o sistema financeiro. Até agora não se enfrentou o diktat dos poderosos círculos financeiros. O governo diante da desaceleração da economia, demonstrado no último trimestre, em conjunto com um cenário internacional mais desfavorável, toma uma decisão acertada, que já deveria ter sido praticada. Integra as decisões macroeconômicas mirando não apenas a inflação, mas também o câmbio e o crescimento econômico. O governo retira o ensinamento de 2008, quando, após três meses do momento agudo da crise, o Banco Central (BC) ainda aumentava os juros, levando o país à recessão em 2009. 

A presidente Dilma vem reafirmando que, até 2014, o Brasil estará trabalhando com taxa real de juros no patamar dos índices internacionais. Ela promove uma ação sincronizada entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central, entrelaça a política fiscal com a política monetária com o objetivo de promover uma queda sequenciada dos juros e manter sob controle a inflação, e tenta conter a onda corrosiva que vem de fora, lutando por metas de crescimento e de geração de empregos. Simultaneamente, o governo busca livrar o Brasil de outra engrenagem do sistema, que premia os rentistas com ganhos sem risco: atua para desatrelar a dívida pública da taxa Selic, sendo que atualmente 30% das Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são corrigidas por ela.

Tais iniciativas do governo Dilma indicam uma importante vitória política nesta fase decisiva de seu mandato. Podemos até discordar do nível do aperto fiscal – um corte de 36 bilhões de reais do orçamento e aumento de 10 bilhões de reais no superávit primário. Não é só isso. Porque ainda temos que pesar o impacto fiscal da política cambial, pelo carregamento das reservas internacionais. O governo aplica em títulos do Tesouro americano (que rendem 2%) e paga ao mercado juros 12%. E o impacto fiscal da politica monetária, se dá pelas despesas com juros. Nos últimos 16 anos chegou a uma média de 7,38% do PIB, comparado à média internacional de 1,8% do PIB. 

É claro que na senda da queda progressiva da taxa real de juros esses dois impactos fiscais se reduzirão. O processo de importante mudança ainda está sujeito ao quadro de forças vigente. Por isso, sendo um caminho gradativo, mas não cedendo enfim na luta por uma mudança real da política macroeconômica. Durante a realização do Congresso Extraordinário do PT, na semana passada, parabenizei a Presidente pelos últimos feitos. Ela respondeu: “devagar e sempre para mudar de fato”. Em suma, segundo nossa concepção, a taxa de juros caindo é o que permite maior crescimento e, por conseguinte, mais rápido desempenho fiscal, e não o contrário. É falsa a prédica de que agora o “crescimento vai depender, como nunca, do aperto fiscal” (como defendeu em artigo recente o economista Marcio Garcia, no jornal Valor Econômico – PUC/RJ).

Centro do embate: novo pacto político

Mas, para orientação da luta do Partido não podemos perder de vista o que está em jogo, nas lutas políticas fundamentais e decisivas: a luta de classes, a verdadeira luta pela hegemonia do poder político.

A reação agressiva dos círculos dominantes financeiros e de seus agentes deriva dessas últimas medidas abrirem caminho para uma mudança da atual política macroeconômica. O acontecimento da redução dos juros e pela desindexação da dívida pública acirrou uma batalha política e de ideias, uma luta mais de fundo. Temos afirmado que a concretização do Plano Real, em 1994, condicionou um custo alto para o Estado e o povo. As altas taxas inflacionárias rendiam grandes ganhos para banqueiros, e camadas ricas, através do chamado overnight. A mudança em prol da estabilidade monetária tinha que continuar garantido alto ganho a estes investidores. Quem vivia de baixos salários (a maioria) perdia renda a cada dia. Então essa estabilidade só foi possível com uma garantia para os ganhos dos credores, banqueiros e especuladores: as estratosféricas taxas de juros. Na prática isso se consumou por um acordo tácito entre aqueles que dirigiam o Estado brasileiro e os círculos financeiros mais poderosos.

Portanto, qual o centro do embate político para melhor definir nossa condução? Substituir o arranjo conservador entre o Estado e os círculos financeiros dominantes por um pacto político novo, estando no centro o governo, os trabalhadores e o setor produtivo empresarial nacional. A atual crise, por sua dimensão e profundidade, coloca em xeque os paradigmas neoliberais e cria a oportunidade para esse novo acordo político. 

Este pacto pode ser a alavanca para a realização de um conjunto de objetivos mais ousados e presentes no compromisso da presidenta Dilma de conduzir o Brasil para um estágio mais avançado de seu desenvolvimento. É preciso enfatizar que este novo pacto político se forjará na luta por grandes bandeiras unificadoras de maiorias políticas e sociais. O protagonismo do povo e dos trabalhadores, de seus movimentos e jornadas, com a autonomia de suas entidades, é indispensável para estimular e instigar o governo a realizar as reformas democráticas estruturais, e sustentá-lo nessa direção. 

Nesse sentido é preciso dar prosseguimento ao empenho que têm produzido, nos últimos meses, importantes mobilizações dos trabalhadores e da juventude, entre as quais se destacam a manifestação dos 80 mil trabalhadores na cidade de São Paulo, organizada pela quase totalidade das centrais sindicais; a Marcha das Margaridas com cerca de 70 mil camponesas; e a passeata dos estudantes, por mais recursos para a educação, liderada pela UNE e pelas UBES, ambas realizadas em Brasília.

Por conseguinte, na visão do PCdoB, na atualidade, esta é a tarefa principal das forças progressistas e populares, em especial da esquerda: impulsionar o governo a liderar a conformação desse novo pacto político capaz de empreender avanços estruturais no país e municiá-lo das medidas apropriadas para o enfrentamento da crise econômica e financeira, como a queda progressiva dos juros, a desindexação da dívida pública da taxa Selic, a adoção de métodos e expedientes que garantam um câmbio competitivo, aumento contínuo dos investimentos, da geração de empregos e da distribuição da renda.

Decorrência deste contexto apresentamos, na proposta de Resolução da reunião do Comitê Central, as 5 tarefas a serem seguidas a partir do curso político atual. (ver o texto da Resolução Política aprovada nesta reunião)

Por Renato Rabelo, presidente do PCdoB

Rosa da UBM se une às cores do arco-íris na Parada da Diversidade

O Bloco da Diversidade e a União Brasileira de Mulheres (UBM) ocuparam um dos dez trios elétricos que participaram da 10ª edição da Parada da Diversidade em Pernambuco no último domingo (18). A grande novidade ficou por conta da Ala das Mulheres, que reuniu as mulheres lésbicas organizadas pela UBM, além de representantes do Coletivo LGBT de diversas entidades.


 

“O Bloco da Diversidade vem para a rua com a missão de difundir o respeito às diferenças com muita alegria e irreverência”, afirmou Irene Freire, uma das coordenadoras da agremiação, que há dois anos participa também do carnaval. Ela destacou ainda que historicamente as paradas reforçam as diversas orientações sexuais, mas as mulheres ainda ficam invisíveis dentro do evento, daí a importância da iniciativa. Os representantes das demais entidades reforçaram também a importância do respeito à diversidade.

Além da UBM, representantes do PCdoB; da União da Juventude Socialista (UJS); da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP); da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) e do Coletivo de Lésbicas de Pernambuco (Comlês) também participaram da Parada.

Sem Homofobia

Foto: Marisa Lima
Mais que festa, a Parada da Diversidade é um grande ato político contra o preconceito e a discriminação e de reivindicação da garantia de direitos. Para o coordenador do Fórum LGBT, Nicolas Júnior, o resultado dos movimentos de luta contra discriminação sexual tem sido satisfatório. “Vejo que a participação da população no segmento LGBT vem crescendo em Pernambuco, com isso a homofobia no nosso estado tem diminuído. Queremos que a sociedade respeite a diversidade”, afirmou.

Músicas eletrônicas, dez trios elétricos, Drag Queens, bandeiras com as cores do arco-íris e manifestantes do segmento LGBT tomaram conta da capital pernambucana. O palco do Dona Lindu, contou com as apresentações de Drag Queens e shows da banda Swing do Pará, das cantoras Wanessa Camargo, Michele Monteiro, Lia Morais, Andréa Luiza e DJ Chell.

Foto: Marisa Lima
A orquestra de frevo do Clube Seu Malaquias, passistas campeões de Pernambuco, bonecos gigantes, pernas de pau, escola de samba Galeria do Ritmo, Maracatu de Baque Solto Cruzeiro do Forte e Maracatu de Baque Virado Leão da Campina, deram o tom da festa.

A programação teve início com a 1ª Corrida pela Diversidade, organizada pela Secretaria de Esportes do Estado, com 3,4 quilômetros de percurso.

Presentes ao desfile, o prefeito do Recife, João da Costa, a secretária municipal de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, Amparo Araújo, além de políticos de vários partidos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Clipes Rochedos: Break On Through (To the Other Side) - The Doors



O Baterista John Densmore se inspirou na batida da Bossa Nova que acabava de chegar no EUA para criar a batida da música.. Jim Morrison compôs a letra que diz em seu refrão para "atravessar para o outro lado" (break on through to the other side), esse "outro lado" Morrison, que praticava Yoga, comparava os The Doors com o Yang do símbolo Yin e Yang, e quando ele ele diz "other side" ele convida a juventude de 1967 a sair do "obla di obla dá" e viajar para o lado mais sombrio, o lado da noite, o lado onde se "caça os prazeres e se cava os tesouros" (We chased our pleasures here, Dug our treasures there).

Fonte: wikipédia

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

UJS lança nota de solidariedade ao Partido Comunista do Chile

A União da Juventude Socialista (UJS) publicou nesta quarta-feira (14) uma nota de solidariedade ao Partido Comunista do Chile (PCCh), cuja sede nacional foi atacada em repúdio às manifestações que vêm ocorrido no país. As principais lideranças do movimento estudantil que conduzem as manifestações pertencem à Juventude Comunista do Chile (JCC).

Confira a íntegra da nota:

"Marchamos Juntos com a Juventude Chilena "


A União da Juventude Socialista tem acompanhado de perto as manifestações estudantis que arrastam milhares de pessoas no Chile.

Por uma educação pública, gratuita e de qualidade, tendo recebido inclusive as lideranças dessas manifestações aqui no Brasil, como a estudante Camilla Vallejo, principal expoente estudantil do Chile.

Diferente do Brasil, que caminha a passos largos para uma democracia robusta, que tem ampliado a inserção da juventude na educação superior, que lançou recentemente um plano para construir três milhões de vagas no ensino técnico, o Chile vive uma realidade bastante diferente, pois, os milhares de estudantes tem ocupado a meses as ruas de todo o país, em especial de sua capital, Santiago do Chile, para pedir algo que a todo mundo é um direito consagrado, “gratuidade na educação pública”.

Porém, uma minoria fascista, vivandeiras do “Pinochismo”, se incomodam com qualquer tipo de luta popular, ainda mais quando esta luta é dirigida pelos (a) comunistas, pois, embora a grande imprensa tente esconder a todo custo, as manifestações estudantis do Chile, que na ultima passeata arrastou trezentas mil pessoas, é liderada pela Juventude Comunista do Chile (JCC) e, pelo Partido Comunista Chileno (PCCh).

Na última segunda-feira (12 de Setembro) a sede do PCCh foi atacada por um grupo ainda não identificado, a sede teve janelas e móveis destruídos, quatro militantes que estavam presentes foram agredidos e, foram levados materiais audiovisuais e celulares. É exatamente nesta hora que os verdadeiros inimigos da democracia, tão acostumados a atacarem através da grande imprensa os comunistas, demonstram verdadeiramente sua catadura reacionária, seu autoritarismo!

A União da juventude Socialista repudia qualquer tipo de ataque a juventude que luta apenas por democracia, que luta por garantir um futuro melhor para seu país, que durante décadas, desde o regime violento de Augusto Pinochet, tem negado a sua juventude o direito básico a educação. Marchamos lado a lado com a juventude chilena e, em especial com a União da Juventude Comunista do Chile (UJCC), em defesa dos direitos humanos e do Socialismo!"

Fonte: UJS e Vermelho

E se a primavera árabe virar um pesadelo ?

Reprodução
A Primavera Árabe pode ser apropriada
 por fundamentalistas islâmicos

As primeiras suspeitas surgiram com o primeiro discurso do chefe do Conselho Nacional de Transição da Líbia, o ex-ministro de Kadafi, Mustafá Abdel Jalil.

Surpreendendo muitos ocidentais que apoiaram a iniciativa de Sarkozy e Cameron de atacar aLíbia e que levaram a Otan a criar, com seus bombardeios, condições para a queda de Kadaki, o novo homem forte na Líbia declarou que a religião islamita será a principal fonte da legislação no país.

E citou claramente a chariá, conjunto dos mandamentos de Deus constantes do Corão muçulmano, de retorno à sociedade líbia.

Assim como Moisés definiu no Pentateuco do Velho Testamento as principais exigências ao povo hebreu, inclusive relacionadas com o comportamento, alimentação, vida familiar, assim também a chariá engloba os cinco preceitos principais – obrigatórios, recomendados, permitidos, desaconselhados e proibidos. A chariá é a lei em países como a Arábia Saudita, Irã, Sudão, uma parte do Paquistão e no Afganistão dos talibãs.

Diga-se de passagem, nos países onde se faz a leitura literal do Corão e dos preceitos e tradições da chariá, trata-se de uma lei cruel, rejeitada pela União Européia, pela qual as mulheres perdem praticamente todos os direitos conquistados durante o governo Kadafi.

E, se a pressão dos fundamentalistas aumentar, como pode ocorrer, já que alguns dos chefes vitoriosos fizeram treinamentos no Afganistão como militantes da Al Qaeda, as mulheres poderão ser obrigadas a utilizar a burca. Em todo o caso, o chador ou véu voltará a ser obrigatório.

Em termos de geopolítica, a implantação de governos teocráticos ou fundamentalistas islamitas na Líbia e no Egito (parece mais difícil na Tunísia, onde a tradição secular é mais arraigada) do outro lado do mar Mediterrâneo irá, sem dúvida, fragilizar a União Européia e poderá influir no comportamento da população européia, com alguns países aceitando a aplicação da chariá dentro das comunidades muçulmanas (e elas são importantes na Alemanha, na França, na Inglaterra e na Holanda), como tinha proposto há dois anos, provocando escândalo, o cardeal de Cantebury em Londres. Ou, no sentido inverso, provocando uma reação dos cristãos e iluministas contra o teocracismo.

Não passou despercebido da imprensa européia, o fato de alguns líderes da revolução no Egito levantarem a hipótese de se proibir às turistas o uso do biquini, mesmo se o turismo é a fonte de renda principal para esse país.

As revoluções se fazem, mas no momento de se decidir quem assume o poder, podem acontecer imprevistos, já que podem ocorrer ajustes de contas entre grupos que antes lutavam juntos contra o inimigo comum.

O exemplo mais marcante na história ocidental foi o registrado após a Revolução Francesa, onde os vencedores guilhotinavam seus adversários, para depois serem por sua vez guilhotinados. Isso provocou do revolucionário francês Georges Danton, a frase « a revolução é como Saturno (figura da mitologia grega) e devora seus próprios filhos ».

Em todo caso, uma rápida análise das intervenções ou novas cruzadas dos ocidentais no mundo árabe revela erros gritantes. O presidente americano Bush abriu a Caixa de Pandora no Oriente Médio ao destruir o Iraque, país laico, que garantia o equilíbrio na região e continha os xiitas iranianos.

Sarkozy, Cameron e Otan imitaram Bush ao destruir a Libia de Kadaki (sem dúvida um tirano, mas um tirano vindo do panarabismo laico de Nasser) e podem ter aberto as portas para o controle da região por combatentes da Al Qaeda, trazendo o islamismo fundamentalista e sua chariá para perto da Europa, mesmo porque se a Líbia virar fundamentalista, logo será a Argélia e o Marrocos que seguirão.

E parodiando-se Danton, se terá pervertido a primavera árabe e se repetirá o acontecido com o aitolá Komeini, que derrubou o Xá, mas criou no lugar um governo teocrático, igual à época medieval dos cristãos europeus.

E como Danton, muitos jovens que lutaram pela democracia e liberdade poderão ser as primeiras vítimas.

Só me resta uma esperança, a de estar enganado.

Por Rui Martins, jornalista, escritor, líder emigrante.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Silvio Tendler homenageia Giap, o incrível general vietnamita

O general vietnamita Vo Nguyen Giap completou cem anos em 25 de agosto. É o maior guerreiro vivo do século 20. Professor de história que se tornou militar para combater os invasores de seu país, derrotou o Japão (1945), a França (1954) e os Estados Unidos (1975). Em entrevista concedida a Silvio Tendler em 2003, o próprio Giap conta um pouco de sua incrível história.





Fonte: www.vermelho.org.br

Líder da vitória do Vietnã contra EUA completa 100 anos

O general vietnamita Vo Nguyen Giap, líder da vitória militar de seu país contra franceses e norte-americanos, completou 100 anos nesta quinta-feira (25/08) em um hospital de Hanói, onde está internado há meses por problemas de saúde. Fontes citadas pela imprensa local indicaram que o aniversariante estava acordado e reconhecia os visitantes que o cumprimentavam pelo centenário. 

Giap nasceu na região central da então Indochina francesa e, enquanto cursava estudos no Liceu Nacional de Hue, fez contato com os setores políticos mais radicais. Em 1933, ingressou no Partido Comunista da Indochina quando estudava Direito em Hanói. Após um breve exílio na China, retornou ao Vietnã em 1944 e, no ano seguinte, o próprio Ho Chi Minh nomeou-o ministro da Defesa em seu Governo provisório.

Durante os nove anos seguintes, dirigiu as tropas que lutaram para expulsar os franceses com táticas que fundamentaram sua reputação. A vitória sobre os franceses na batalha de Dien Ben Phu, em 1954, deu-lhe fama histórica. Com o prestígio de general vitorioso em circunstâncias adversas, foi-lhe encomendada a missão de dirigir a ofensiva do Tet na guerra contra os Estados Unidos, na década seguinte.

Nos anos 1960 e 1970, foi vice-primeiro-ministro, ministro da Defesa e membro do Politburo, até que, de acordo com algumas versões, foi obrigado a renunciar da pasta da Defesa por sua oposição à intervenção militar no Camboja para expulsar o Khmer Vermelho. Em 1982, Giap foi afastado do Politburo, mas manteve o cargo simbólico de vice-primeiro-ministro.

Pesquisas de opinião indicam que Giap é um dos personagens mais admirados entre a juventude vietnamita, após Ho Chi Minh, o fundador do atual Vietnã.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Clipes Rochedos: One - Metallica



Para começar bem a semana, um "classicaço" do Metallica! Sou suspeito para falar deles, mas esse som é pesado e muito bom! Qualidade total.

"A música é baseada no romance de Dalton Trumbo's, 1939 Johnny Got His Gun. Diz o conto de um soldado cujo corpo é severamente danificado depois que ele é atingido pela artilharia alemã durante a Primeira Guerra Mundial. Seus braços, pernas, olhos, boca, nariz e orelhas se foram e ele não pode ver, falar, cheirar ou ouvir, porém a sua mente funciona perfeitamente, deixando-o preso em seu próprio corpo. O livro foi suspenso de impressão por muitos anos durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Trumbo dirigiu a adaptação para o cinema em 1971, a partir do qual as imagens para o clipe "One" foram usadas." (Fonte: wikipédia)

Curiosidade: One é o primeiro clipe do Metallica. Estreou na MTV no dia 20 de janeiro de 1989.

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domingo, 11 de setembro de 2011

Onde você estava em 11 de setembro de 2001?

Passados exatos 10 anos do maior atentado terrorista que o mundo inteiro assistiu em tempo real. Venho ao meu blog para postar um relato sobre o dia que iniciou oficialmente o século XXI.

Era uma terça-feira daquelas iguais a todas as outras. Um belo dia de sol, trânsito lento e muito pouca vontade de ir para o colégio. Acordei, como sempre, querendo chegar atrasado 15 minutos para só assistir a segunda aula. Eu estava no ensino médio, no primeiro ano. Adolescência pulsando nas veias e uma vontade imensa de participar das transformações do mundo. Mal sabia eu que, naquele dia, preguiçoso como começou, mudaria a história do mundo ocidental.

Como de costume, peguei o "Bultrins", na parada as 6:45h. Nesse horário chegaria atrasado de certeza! A primeira meta do dia seria cumprida. Com o atraso, não pude entrar no Colégio Nóbrega, onde estudava desde a 4ª série. Fiquei do lado de fora com mais uns 4 ou 5 amigos, conversando besteira na vendinha do lado, com "Seu Biu" (antigo comerciante que é meu amigo até os dias de hoje).

As 8h em ponto, o portão foi liberado para os atrasado adentrarem o Colégio. Entrei e me dirigi diretamente para a aula. Se não me engano, era aula de Geografia e estudávamos Geo-política. A minha sala ficava ao lado da "Sala de Vídeo", onde costumeiramente os serventes ficavam descansando após fazer uma "geral" nos corredores. A aula estava entediante e sono não me largava um segundo sequer. O silêncio era quase que absoluto, não porque estávamos concentrados no exercício, mas porque boa parte dos alunos tirava um cochilo. De uma hora para a outra, o silêncio foi quebrado. A porta foi aberta abruptamente por um dos servente (que infelizmente não lembro o nome):

- Matheus!!! Venha ver o que aconteceu! Um avião bateu no maior prédio dos Americanos. (AHH??)

Pedi permissão a professora para ver que danado aquele homem me falava com aquele semblante de medo e horror. Saí da sala e cheguei na hora exata, ao vivo, que o segundo avião atingia a torre sul. Não acreditei, pensei que se tratasse de um "Replay". Mas como? Não existiam imagens do primeiro impacto (ainda). Foi quando me dei conta da proporção do que via. O coração financeiro dos Estados Unidos da América.

A essa altura a sala de vídeo já se encontrava super lotada. Gente de todas as séries assistiam as cenas e recebiam telefonemas dos pais. Foi ai que tive a ideia, junto com outros amigos de turma, de solicitar que fossemos liberados. Os pais estavam em pânico, as crianças e os adolescentes agitados e não teria condições de continuar com as aulas. Resultado, fomos liberados. Nós e boa parte das escolas do centro do recife.

O acontecido ainda criava muita confusão nas nossas cabeças. Pessoas comentavam sobre a inevitabilidade da terceira guerra mundial, da tão temida guerra nuclear. Não sabíamos naquele momento, mas estávamos vivendo a abertura oficial do terceiro milênio, no século XXI. De fato o mundo mudou bastante daquele fatídico dia pra cá. As comunicação sofreram uma verdadeira revolução, os sistemas de segurança foram revistos e o medo estava estampado na cara de muitas pessoas. O mundo assistiu, depois disso, a duas guerras sangrentas e sem sentido. O mundo não estava preparado para ver aquelas cenas, e nunca estaria.


Voltei para a minha casa, no mesmo Bultrins, e passei o restante do dia em frente a televisão para tentar compreender o que aqueles fatos significavam. Na verdade, ninguém sabia de fato as proporções que aquele incidente acarretaria para o restante do mundo. Fomos jogados ao século XXI. E tomara que a humanidade sobreviva a ele.

O mundo precisa de mais tolerância e menos guerra! Por isso luto pelo estabelecimento de uma nova ordem mundial, onde as guerras e os conflitos não sejam o principio básico dos países. Um mundo sem opressões e sem fome, um mundo socialista!
  
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