terça-feira, 16 de novembro de 2010

Haddad pede desculpas a estudantes por problemas no Enem, diz UNE


Augusto Chagas, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), após reunião com ministro da Educação, Fernando Haddad.Augusto Chagas, presidente da União Nacional
dos Estudantes (UNE), após reunião com ministro
da Educação, Fernando Haddad, nesta quinta (11).
(Foto: Fábio Tito/G1)
O ministro da Educação, Fernando Haddad, se reuniu nesta quinta-feira (11) com representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira de Estudantes de Secundaristas (UBES) para conversar sobre os problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo Augusto Chagas, presidente da UNE, o ministro pediu desculpas aos estudantes pelos problemas com o exame, e se comprometeu a fazer uma retratação pública.
Por volta das 19h30, a assessoria de imprensa do ministério afirmou que Haddad não iria se manifestar sobre o encontro desta tarde, mas confirmou que o ministro pediu desculpa aos estudantes. Posteriormente, por volta das 21h, a assessoria do ministério entrou em contato com o G1 para dizer que as desculpas eram referentes apenas a comentários feitos no Twitter. (Observação: a Primeira Página do G1 informou que as desculpas se referiam às falhas. A afirmação foi feita com base nas declarações da UNE e na declaração inicial da assessoria de imprensa do MEC.)
Na página oficial do ministério no microblog Twitter, a assessoria de comunicação do MEC publicou no fim de semana uma mensagem que dizia: "Alunos q já 'dançaram' no Enem tentam tumultuar com msgs nas redes sociais. Estão sendo monitorados e acompanhados. Inep pode processá-los". O texto se referia a estudantes que publicaram comentários e imagens direto da sala onde a prova estava sendo realizada.
"O MEC fez uma declaração infeliz, e a UNE e a UBES não aceitam qualquer tom de intimidação aos estudantes. O ministério não pode se tratar como órgão de polícia. O ministro pediu desculpas pela declaração no Twitter e se comprometeu a uma retratação pública para dizer que aquela não é a posição do MEC", afirmou Augusto Chagas, presidente da UNE.
O exame foi aplicado no último fim de semana a 3,3 milhões de estudantes. No sábado (6), participantes reclamaram de erros na impressão da folha de respostas e da prova amarela.
As entidades disponibilizaram desde o início da semana canais para que os estudantes que fizeram o Enem possam registrar reclamações a respeito das falhas. "Já tivemos em torno de 1.100 contatos, dos quais uma parte significativa foi de estudantes pedindo que o exame não seja anulado", disse o presidente da UBES, Yann Evanovick.
Um levantamento prévio apontou que 93% dos que reclamaram são a favor da aplicação de uma nova prova opcional para aqueles que se sentiram lesados.
Durante a semana, as duas entidades estudantis emitiram nota conjunta se posicionando contra a anulação do Enem mas exigindo o direito dos prejudicados a uma nova prova. Uma das reivindicações do texto era justamente a marcação de uma audiência do ministro Fernando Haddad com representantes da UNE, da UBES e do grupo de estudantes prejudicados.
A assessoria do Ministério da Educação (MEC) informou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tem trabalhado com a possibilidade de realizar a prova de reposição aos prejudicados no final de semana dos dias 4 e 5 de dezembro, mas a data ainda não está definida oficialmente. O ministério espera acabar de contabilizar o número de estudantes prejudicados até o final da próxima semana.
As entidades exigiram do ministro que fiquem claros quais os critérios para avaliar se um estudante vai poder ou não refazer a prova. "Até que esses critérios estejam determinados, prosseguiremos defendendo que seja realizado um novo Enem em 2010, e que ele seja opcional a todos os estudantes que se sentiram prejudicados", declarou o presidente da UNE.
Chagas disse que novos encontros com Haddad serão realizados. "O ministro garantiu que nós vamos voltar a nos reunir na próxima semana e que o MEC vai ouvir os estudantes no debate para estabelecer esses critérios", disse.
Os representantes estudantis disseram que também conversaram com o ministro a respeito de mudanças para o Exame Nacional do Ensino Médio a partir dos próximos anos, como a avaliação seriada ao longo do Ensino Médio em vez de uma única prova, e defenderam a criação de uma gráfica para o MEC. "Foram mais de 3 milhões de estudantes fazendo a prova, o ministério não pode ficar refém de uma ou duas gráficas que têm essa capacidade para a impressão do Enem", disse Evanovick.
Enem aos presidiários
Nos dias 6 e 7 de dezembro o MEC vai aplicar o Enem para estudantes presidiários. A prova será feita em cerca de 700 presídios por 15 mil estudantes. Segundo a assessoria do ministério, o fato de se aceitar a aplicação do exame para presidiários, como já ocorreu em 2009, reforça a validade da estratégia do MEC de reaplicar o Enem apenas aos estudantes prejudicados pelos erros na prova amarela.
Um cálculo prévio do MEC levantou que o número de estudantes prejudicados no Enem 2010 é de pouco menos de 2.000. A prova nos presídios é feita semanas depois da aplicada nos colégios, em uma versão composta por questões diferentes. Segundo o ministério, sua validade não foi questionada em 2009.
Fábio TitoDo G1, em Brasília
FONTE: g1.globo.com

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