O líder da Líbia, Muamar Kadafi, afirmou neste domingo (21), em meio à aproximação das forças rebeldes e a bombardeios da Otan, que ficará em Trípoli "até o fim". Em um pronunciamento de áudio transmitido pela TV estatal, Kadafi pediu que seus apoiadores em todo o país ajudem a liberar a capital da ofensiva rebelde, e afirmou que sairá vitorioso da batalha.
Kadafi disse sentir “temor de que Trípoli seja queimada” e afirmou que cederia armamento a seus seguidores para que lutem contra os opositores. Os rebeldes líbios, em coordenação com a Otan, atacam desde a madrugada deste domingo os arredores da capital líbia, con o objetivo de avançar e forçar a derrubada do presidente. Também foram lançadas bombas sônicas, que aterrorizaram a população civil.
Algumas agência noticiaram que grupos rebeldes teriam tomado o controle de um quartel às portas da capital do país. Um grupo de 200 rebeldes teria chegado à cidade neste domingo em barcos, vindos da cidade de Misrata. A imprensa noticia que os insurgentes encontram forte resistência das tropas leais a Kadafi.A expectativa dos rebeldes era chegar à cidade, último reduto importante de Khadafi no país, neste domingo à noite.
Ao mesmo tempo, os aviões da Organização do Tratado do Atlântico Norte bombardearam o quartel-general do líder líbio e o aeroporto de Maitika, também na capital do país, informaram a rede de televisão Al Jazeera e a rede multiestatal TeleSur. O correspondente da TeleSur confirmou que rebeldes e Otan empreenderam uma ação "coordenada" contra a capital.
O avanço dos rebeldes ocorre por diversas frentes, com o apoio aéreo e marítimo das forças da organização. Segundo um porta-voz do grupo, Ahmed Jibril, a ação, batizada de Operação Sereia, poderá durar vários dias.
O governo pede à Otan e à comunidade internacional que impeça o derramamento de sangue. Na mesma direção das palavras de Kadafi, no sábado, seu filho Saif al Islam declarou que nem ele nem seu pai abandonariam o país.
Diálogo
A Otan e seus aliados se negam a um cessar fogo, apesar da disposição do governo de dialogar. O porta-voz líbio, Musa Ibrahim, pediu, neste domingo, aos insurgentes que lutam pelo controle do poder no país para negociar mas, ao mesmo tempo, garantiu que há “milhares e milhares de soldados preparados para defender [a capital da Líbia] Trípoli” do avanço rebelde.
Em uma entrevista coletiva divulgada pela Al Jazeera, Ibrahim acusou a Otan de “causar o caos” com os bombardeios das cidades líbias. O porta-voz disse ainda que os líderes norte-americano, Barack Obama, britânico, David Cameron, e francês, Nicolas Sarkozy, são os “responsáveis morais por qualquer morte desnecessária”.
Ibrahim lançou ainda um alerta à comunidade internacional para uma possível “vingança” dos rebeldes, muitos dos quais, segundo ele, sem um projeto político e que atuam pela “sede de vingança e de sangue”. Acusou ainda as forças rebeldes que tentam derrubar o líder líbio de promover execuções sumárias em localidades como Gharian, nos arredores de Trípoli.
“Os crimes mais comuns [dos rebeldes] são as execuções, o roubo, o incêndio de casas, a violação e a tortura”, cometidos "debaixo da responsabilidade do Ocidente e da Otan", acrescentou. “O mundo não pode dizer que não foi avisado”, reiterou, acrescentando que “Trípoli está bem protegida por milhares de soldados preparados para defender a cidade dos rebeldes, que não são nada sem a Otan”.
Liga Árabe
Em um comunicado difundido depois de uma reunião de urgência, o aparato jurídico da Liga Árabe rechaçou as operações militares da Otan na Líbia, que representam uma “ingerência estrangeira” no país. O organismo também pediu a retirada de Kadafi.
fonte: www.vermelho.org.br
fonte: www.vermelho.org.br
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