quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Posse da nova diretoria da UNE: Plural e Representativa


Parlamentares e outras autoridades se revezaram na sessão solene da posse da nova diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE), na manhã desta quarta-feira (10), na Câmara dos Deputados em Brasília. Todos foram manifestar o compromisso de ajudar a entidade na luta pela melhoria na educação no Brasil. Do PSOL ao PSDB, parlamentares elogiaram a atuação da UNE em defesa do Brasil, não apenas na área educacional, mas como inspiração na prática política. 

Parlamentares se comprometem com UNE na posse da nova diretoria


O novo presidente, Daniel Iliescu, que comandou o evento, reafirmou o propósito da entidade de lutar, junto ao Congresso Nacional, para aprovar projetos que destina 10% do PIB (Produto Interno Bruto) e 50% do fundo social do pré-sal para a educação.

Ele e os demais oradores se uniram na defesa da ideia de que o desenvolvimento do país está ligado a uma educação de qualidade para todos. Iliescu disse que a solenidade de posse faz parte da programação do mês verde e amarelo, o mês de agosto que reúne data importante para a educação como o Dia do Estudante – 11 de agosto. 

O novo presidente da UNE, desmentindo a propaganda feita pela grande mídia, de que a juventude brasileira atual é despolitizada, disse que “o Brasil é feito de lutadores, exemplos de vida, que se dedicam e não tem medo de enfrentar poderosos e aqueles que não querem justiça social em nosso país”. 

E disse que reforçava, numa provocação positiva aos políticos, a convicção de exigir do governo federal e do congresso nacional que a prática da política seja feita com honestidade. Iliescu defendeu a aprovação de uma reforma política, para mudar a estrutura do País, que garanta avanços aos cidadãos e municie a política brasileira com prática mais honesta. 

A nova diretoria dá início a mais um ciclo de mobilização, que teve seu ponto de partida no Congresso da entidade, realizado no mês passado em Goiânia (GO). As primeiras atividades previstas são o encaminhamento das 59 emendas do Plano Nacional de Educação (PNE) e o lançamento oficial da participação da entidade na Jornada Nacional de Lutas, que este ano tem o tema “Agosto Verde e Amarelo”. Será um mês de muita mobilização, com diversas marchas e passeatas em todos os cantos do Brasil.

As falas dos oradores foram pontuadas pelas palavras de ordem dos estudantes: “Sou estudante/ não abro mão/ quero o pré-sal para educação”

Luta inspiradora

Severine Macedo, da Secretaria Nacional de Juventude, destacou, em sua saudação à nova diretoria da UNE, a necessária e importante participação da entidade na 2ª Conferência Nacional da Educação, que acontecerá de 9 a 12 de dezembro e vai definir rumos das políticas públicas para garantir inclusão da juventude brasileira. Para ela, além da grande militância em defesa da educação, a UNE tem também papel importante no processo de desenvolvimento do país.

A Deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), declarou, em uma fala emocionada, que sempre que vai a eventos da UNE renova “sentimento fundamental e que permanece nas nossas atitudes, que deve ser o que nos identifica e nos marca, que é a atitude de compromisso com a verdade, a rebeldia, a ousadia e ação transformadora e revolucionária do dia-a-dia”. Para ela, que é coordenadora da Frente Parlamentar da Cultura, é impossível pensar cultura sem a educação e a mídia. “Nesse processo de luta, nada mais transformador do que esse tripé”, afirmou.

A Senadora Marinor Brito (PSOL-AP) comparou a luta do seu Partido com a luta dos estudantes. “A luta do PSOL é tão corajosa e combativa quanto as propostas aprovadas na UNE, sobretudo com relação a educação”. E manifestou o compromisso com a luta e resistência pela educação de qualidade e pela ficha limpa na prática política.

O Deputado Jorginho Mello (PSDB-SC) também recebeu aplausos dos estudantes ao manifestar o desejo de ter a entidade como interlocutor na discussão sobre o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) que deve ser aprovado até o próximo dia 20. E se colocou à disposição da UNE para outras discussões sobre educação para consolidar e ampliar conquistar nesse setor.

A Deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) também falou. Ela lembrou a participação da juventude nos momentos importantes da história do Brasil. “Não se pode contar a história do país sem falar sobre a participação dos jovens, desde a luta pela instalação da república, contra a escravatura, na resistência à ditadura militar, na queda do Collor, na derrota da agenda neoliberal com a vitória de Lula”, disse, acrescentando que “precisamos ser cada vez mais propositivos para fazer frente à propaganda da grande mídia de que a juventude não está comprometida politicamente”. Segundo a parlamentar, “o momento é de luta por mais recursos para educação para garantir soberania do país, e aprofundar mudanças no combate a política de alta de juros nesse país”. “Avante e adiante”, conclamou Luciana.

Antônio Ronca, presidente do Conselho Nacional Educação (CNE), reafirmou compromisso de parceria com a UNE nas lutas para superar os enormes desafios que a educação brasileira ainda apresenta. “A partir do governo Lula melhorou muito, mas o que nós fizemos ainda é pouco. Precisamos fazer mais para combater desigualdade na educação e a qualidade que ainda é precária”, disse Ronca, destacando o compromisso do CNE com a luta pelos 10% do PIB para educação. “Juntos nessa luta”, concluiu.

O Deputado Tiririca (PR-SP) pontuou sua fala com tiradas engraçadas, como quando contou que foi vítima de “bullying” na escola, por ter uma cabeça grande, mas que na época ele acreditava que “bule” era a vasilha onde se colocava café. Ele disse que na verdade quem sofreu com o fato dele ter a cabeça grande foi mesmo a mãe dele, já que nasceu de parto normal. Depois de arrancar gargalhadas da plateia, ele encerrou suas palavras dizendo que “estou junto com vocês nessa luta pela educação”.

Joilson Cardoso, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse que “a UNE nos inspira, quem faz política no Brasil, principalmente política de esquerda, tem na UNE grande fonte de inspiração” E disse ainda que “para a UNE, não temos que dizer nada, só somar, porque não haverá desenvolvimento digno nesse país sem as pautas da juventude e dos estudantes”. O sindicalista afirmou ainda que a luta dos estudantes por 50% dos recursos do pré-sal e 10% do PIB para educação é também bandeiras de luta das centrais sindicais.

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