quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os que vêm, os que vão, os que voltam

Ano pré-eleitoral é uma confusão! Na cabeça do militante, sempre fica uma intrigante pergunta: Porque nosso partido passa por tantas transformações em tão pouco tempo? Ao longo desse período, podemos somar importantes baixas, mas em contra partida, adesões e voltas surpreendentes. Isso sim, nos dá um alivio e forças para continuar essa incessante luta de transformar nossa sociedade. Abaixo, compartilho um ótimo texto do secretário de organização do PCdoB: Walter Sorrentino, que aborda de forma mais do que satisfatória (para mim) esse tema que leva muitos militantes a uma reflexão sobre o cotidiano da militância.


Os que vêm, os que vão, os que voltam



 "Alguns vão, é da vida (e sobretudo da luta, dilemas de consciência) de qualquer partido e seus integrantes. Política é atividade conflitiva, por natureza. No caso dos comunistas, envolve convicções e motivações: se escasseiam, ou se prevalece a angústia com o futuro pessoal posto acima de tudo, é inevitável a separação, tanto quanto possível não litigiosa. É uma marca do tempo.

Isso vai a propósito de comunicado de desligamento recente de um deputado do Rio de Janeiro e outro da Bahia. São poucos os que vão, mas o lamentamos. Quisera que ponderassem mais as vicissitudes que os levam a tal atitude extrema, rompendo com trajetória, identidade e bases sociais determinadas.

Para cada um que se vai, neste momento milhares afluem ao PCdoB. Também é marca do tempo: um partido que abre as portas para o povo trabalhador e líderes da sociedade. Partido que tem ideias, estratégia definida, projeto político único democraticamente estabelecido e uma conformação organizativa definida. Partido que pode assumir compromissos claros com os que vão caminhar juntos para fortalecer a legenda. Onde cada um somos parte de um todo.

Pouco refletido, no entanto, é outro fenômeno de grande significado. Diversos dos que se foram voltam, em medida nada desprezível. Sentiram o “mercado” político-partidário hostil, carregado de concorrências pragmáticas, busca de poder sem ideias, legendas sem identidades definidas ou coerentes em cada parte do país. O PCdoB permanece um porto seguro e coerente, parecem dizer, e sua vida política interna é formativa.

Por isso, ao lamentar a saída de quem quer que seja, saudamos os que voltam. Euler Ivo e toda sua forte corrente de quadros de massas retempera o partido em Goiás. O ex-vereador Paulo Fonteles e a ex-deputada Sandra Batista se reintegram no Pará. No Amazonas retorna Dora. Em Santa Catarina e Rondônia há sinais no mesmo rumo. Em São Paulo foram vários exemplos de quadros expressivos com Djalma Batigalhia, entre outros, nos últimos anos.

Há fenômenos que não se medem pelo aspecto quantitativo; este é um deles, a nos mostrar a paciência e perseverança política a manter perante os conflitos dos quadros, e a demonstrar a eles que às vezes é preciso “dar tempo” e não perder a perspectiva para que as coisas se assentem em torno de um projeto político coletivo.

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