quarta-feira, 27 de junho de 2012

Estudantes pressionam e conseguem 10% do PIB para educação

A Comissão Especial votou na noite desta terça-feira (26) o percentual de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, em dez anos, com uma proposta intermediária de 7% nos primeiros cinco anos. A pressão de estudantes e professores, que lotaram o plenário durante toda a tarde/noite acompanhando a votação, garantiram o acordo com o relator, deputado Angelo Vinhoni (PT-PR), que propunha 8% do PIB.

Estudantes na pressão durante a apresentação do Relatório
O índice vinha sendo reivindicado por deputados da oposição e parte da base aliada do governo, além de representantes de entidades da sociedade civil. Para a deputada Alice Portugal (BA), "essa meta de 10% do PIB é quase um grito de independência para um país que se deseja soberano", lembrando que o projeto segue para o Senado e que todos aguardam a sanção da presidenta Dilma Rousseff.

Alice Portugal fez questão de ressaltar "o show de combatividade e civilidade" que os estudantes da UNE e da Ubes deram na sua luta por mais verbas para a educação. Estudantes de todo o país promoveram uma marcha na Esplanada dos Ministérios e participaram da audiência para pressionar o governo por mais verba para a educação.

“Nós soubemos que havia uma tentativa de adiar essa votação para depois das eleições, então nós entendemos que era fundamental ocupar o plenário para constranger e impedir que isso fosse feito”, explicou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

Há duas semanas, a comissão aprovou, em caráter conclusivo, o texto-base do relatório, marcando para esta terça-feira a análise dos destaques. O relator Angelo Vinhoni (PT-PR) havia aumentado a alíquota proposta pelo governo em apenas meio ponto percentual, passando de 7,5 para 8%. 

A bancada do PCdoB apresentou destaque que fixa o percentual de 10% do PIB para os próximos dez anos. Um acordo feito com o governo garantiu o apoio do relator aos 10%. Pelo texto aprovado, o governo se compromete a investir pelo menos 7% do PIB na área nos primeiros cinco anos de vigência do plano e 10% ao final de dez anos. A proposta segue agora para o Senado.

Hoje, União, estados e municípios aplicam juntos cerca de 5% do PIB na área. Na proposta original do Executivo, a previsão era de investimento de 7% do PIB em educação. O índice foi sendo ampliado gradualmente pelo relator, que chegou a sugerir a aplicação de 8% em seu último relatório.

De Brasília,
Com agências

terça-feira, 26 de junho de 2012

O Movimento Estudantil não é mais o mesmo...

Passeata dos 100 mil (Rio de Janeiro, 1968)
Os conservadores e esquerdistas estavam certos. O movimento estudantil brasileiro NÃO É MAIS O MESMO!!! Nada de cenas heroicas em defesa da pátria livre, pelas liberdades democráticas ou contra governos autoritários. Nada de clandestinidade ou cativeiro, nada de armas ou revolução. O movimento estudantil não é mais o mesmo.

Seria muito fácil escutar tudo isso e apenas absorver esse discurso. Mais fácil ainda seria sentar no sofá e debater a sociedade de maneira utópica, sem método científico ou filosófico. Sem compreender a realidade concreta que nos cerca. Se é esse o verdadeiro sentido do movimento estudantil, então, o movimento estudantil não é mais o mesmo.

E não é mais o mesmo, porque as condições concretas mudaram. Nunca seremos, de novo, iguais a como eramos na década de 60. O movimento estudantil brasileiro soube superar as dificuldade e se adaptar a cada época. Hoje nossa luta é pelo aprofundamento das mudanças. Vivemos num governo democrático, eleito pela vontade popular, que prioriza as questões sociais. Não mais ditaduras sanguinárias e porões. Chegou a nossa hora e nossa vez. Soubemos aproveitar as oportunidades que a história nos dá.

Marcha dos Estudantes (Brasília, 2012)
Exemplo claro disso, aconteceu hoje. Em marcha pelas ruas de Brasilia, o movimento estudantil, liderado por suas entidades máximas: UNE, UBES, ANPG e DCE's, conseguiu uma expressiva vitória! Após 2 anos de muitos debates e divergências, foi aprovado na Câmara dos Deputados o Plano Nacional de Educação (PNE) destinando 10% do PIB para a educação pública brasileira. Vitória com a marca da combatividade dos estudantes brasileiros que sempre defenderam uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Esse mesmo movimento estudantil, que em 2005, defendeu a apuração dos fatos e punição dos culpados no caso "Mensalão", com a manutenção do presidente Lula na presidência, contra o golpe da mídia e dos conservadores. O mesmo movimento estudantil que resistiu a época das privatização de FHC, que derrubou o presidente neoliberal e corrupto, Fernando Collor de Melo. De fato, o Movimento Estudantil não é mais o mesmo.

Aprovação dos 10% do PIB na Câmara dos Deputados
Soubemos superar as dificuldades da nossa história e chegamos até aqui. Mas queremos mais. Queremos conquistar uma pátria justa, democrática, soberana, independente, desenvolvida e socialista. Sem mais misérias e desigualdades. Queremos viver num país sem opressão. Um país com a cara do nosso povo. Alegre e feliz. Somos do Movimento Estudantil e vamos mudar o Brasil.


Por Matheus Lins

Coalizões partidárias, conteúdo e forma

Por Luciano Siqueira*

Coalizões partidárias, obviamente, envolvem legendas de diferentes matizes políticos. Com alguma frequência representadas por lideranças que, na cena local, guardam entre si precedente conflituoso. No limite, o oposto seria cada partido por si, isoladamente, o que só ocorre em países onde o espectro partidário é de há muito estratificado. Assim mesmo, concluídas as eleições gerais, formam-se coalizões plurais para assegurar a formação do novo governo e lhe conferir condições de governabilidade.

No Brasil, o fenômeno muitas vezes se apresenta como verdadeiro caleidoscópio, constituindo-se alianças em certa medida inesperadas, porém não menos necessárias. Desde que concertadas em torno de um projeto comum, de curto e médio prazo. Isto vale tanto para os partidos que se perfilam no campo à esquerda, como para os situados à direita. Forças de centro costumam oscilar entre um polo e outro, conforme as circunstâncias. 

O exame criterioso das coligações partidárias há que considerar devidamente forma e conteúdo, que nem sempre se adequam perfeitamente. Olhem-se as siglas ajuntadas em torno de um projeto eleitoral ou no apoio a um governo constituído: ora exibem desenho aparentemente coerente, ora a aparência é contraditória ao excesso. Quem diria, por exemplo, que o PP (no qual milita Paulo Maluf) passaria à base de sustentação do governo Lula, e agora do governo Dilma, numa aliança que já perdura há 10 anos?

"Absurda incoerência!", esbravejam os que olham tão somente a superfície. "Nem tanto", contrargumentam os que se dão ao trabalho de verificar que o apoio do PP não comprometeu os avanços significativos registrados nos oito anos de Lula, no rumo de um novo projeto nacional de desenvolvimento. Implicou contradições e disputas, no interior do governo e na sociedade, é verdade, nem sempre bem resolvidos; mas contribuiu para dar ao governo a sustentação parlamentar indispensável à governabilidade.

Cá na província, Eduardo Campos elegeu-se governador pela primeira vez tendo passado ao segundo com o apoio decisivo do PR (liderado pelo deputado Inocêncio Oliveira, de larga tradição nas hostes conservadoras) e do PP (que tem entre seus próceres o ex-deputado Severino Cavalcanti, idem). Mas jamais esses dois partidos de extração conservadora deram forma e conteúdo à campanha e, posteriormente, ao governo. Foram e continuam sendo aliados importantes, mas o conteúdo do projeto político-administrativo é determinado pelos compromissos programáticos assumidos publicamente pelo PSB e seus parceiros à esquerda.

Isto posto, sejamos capazes de enxergar o jogo natural das alianças políticas com um olhar menos preconceituoso e mais afeito à análise concreta da situação concreta.


* Luciano Siqueira é médico e Deputado Estadual de Pernambuco. Já foi vice-prefeito da cidade do Recife por 8 anos. Atualmente preside o PCdoB da capital.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

UNE realiza #MarchaDosEstudantes nesta terça-feira


A grande mobilização nas universidades federais nos últimos meses, que levou à greve dos professores e funcionários em todo o país, atingiu também os alunos. A União Nacional dos Estudantes (UNE) reúne em Brasília, nessa terça-feira (26), representantes de 44 DCEs (Diretórios Centrais dos Estudantes) de universidades de todo o Brasil, em uma marcha que se concentrará às 9h, em frente à Biblioteca Nacional, seguindo em protesto até o ministério da Educação, onde esperam ser recebidos pelo ministro Aloizio Mercadante.

Na pauta das reivindicações está a ampliação da assistência estudantil, melhoria da estrutura das universidades, mais restaurantes universitários, creches, moradias, bolsas e outras formas de auxílio para garantir a permanência dos alunos e a qualidade nas instituições de ensino superior.

Também participam da passeata a Andes (Associação Nacional dos Docentes no Ensino Superior), Proifes (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior), Fasubra (Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras), Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), Cnte (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), Campanha Nacional Pelo Direito a Educação e MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).

Após a manifestação, os estudantes seguirão para o Senado Federal, onde deverão pressionar os parlamentares durante a votação do Plano Nacional de Educação (PNE), defendendo, pelo menos, 10% do PIB brasileiro investidos diretamente nesse setor.

REIVINDICAÇÕES DA UNE PARA AS FEDERAIS

Desde o início da greve dos professores universitários, a UNE se manifestou em apoio ao movimento. (Leia aqui a nota oficial da entidade). Estudantes de diversas instituições pelo país também declararam estado de greve estudantil, reclamando maiores investimentos na estrutura, qualidade e assistência dentro das universidades. Durante o último Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG), ocorrido dias 15 a 17 de junho no Rio de Janeiro, a UNE aprovou resolução de unificação do movimento estudantil com funcionários e trabalhadores, ampliando a pauta de reivindicações da mobilização. (Leiaaqui a resolução)

“O que os estudantes querem é um novo ciclo de investimentos para a universidade brasileira, de forma a promover uma verdadeira reforma universitária, para que essas instituições estejam mais qualificadas, democráticas e prontas para receber o povo brasileiro”, explica o presidente da UNE Daniel Iliescu.

A entidade levará, para o ministro Aloizio Mercadante, um relatório detalhado sobre a situação de cada uma das 44 universidades presentes na manifestação, como forma de alertar para a necessidade de melhorias e valorização do setor.

VOTAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO NO SENADO

A pauta educacional tem sido a principal semente de lutas da UNE nos últimos dois anos. O movimento estudantil elegeu, como prioridade, a defesa dos 10% do PIB investidos na educação, o principal ponto envolvendo o Plano Nacional de Educação (PNE), que deverá ser votado no Senado Federal também nessa terça-feira (26), com grande participação e pressão dos estudantes do país.

O documento, que tinha como proposta reunir as resoluções da Conferência Nacional de Educação, foi apresentado pelo governo e tramitou por diversos meses na Câmara dos Deputados, antes de chegar ao Senado. Inicialmente, o governo apresentou proposta de 7% do PIB para o setor. Após pressão dos movimentos estudantis e sociais, elevou a taxa para 8%. Porém, segundo a UNE, o valor ainda não é suficiente para corrigir os problemas históricos da educação pública brasileira, garantindo igualdade de condições aos indivíduos, melhor estrutura e remuneração dos professores, valorizando efetivamente essa área que é, sem dúvidas, a mais estratégica para o real desenvolvimento humano do país.


SERVIÇO:

MANIFESTAÇÃO DA UNE PELAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
Data: 26/06, terça-feira
Horário: Concentração às 9h
Local: Da Biblioteca Nacional de Brasília até o Ministério da Educação
Participantes: UNE, ANDES, PROIFES, FASUBRA, CONTEE, CNTE, Campanha Nacional Pelo Direito a Educação e MST

Em resposta a golpe, Mercosul decreta suspensão do Paraguai

Os Estados membros e os Estados associados do Mercado Comum do Sul (Mercosul) decidiram neste domingo (24) a suspensão imediata do Paraguai e expressaram sua mais enérgica condenação à ruptura da ordem democrática nesse país.


A posição foi adotada em uma declaração aprovada neste domingo, que sublinha que o Paraguai perdeu o direito de participar na 43ª Reunião do Conselho do Mercado Comum e da Cúpula de Presidentes do Mercosul, previstas para esta semana na cidade argentina de Mendoza, disse a Chancelaria local.

Assinado por Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, o texto enfatiza que "a plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração".

A declaração resolve, por último, considerar, em nível de chefas e chefes de Estado na Reunião de Cúpula do Mercosul do próximo 29 de junho "ulteriores medidas a serem adotadas".

Em uma entrevista neste domingo em Buenos Aires, o chanceler da Argentina, Héctor Timerman, qualificou de execução sumária o acelerado processo de julgamento político realizado pelo Senado paraguaio e que terminou com a destituição do presidente constitucional Fernando Lugo.

No Paraguai se utilizou um mecanismo contemplado na Constituição, mas foi aplicado de tal forma que viola não só o espírito desta, mas toda prática constitucional do mundo democrático, sublinhou o diplomata.

Timerman, que no momento do golpe de Estado se encontrava em Assunção com outros ministros de Relações Exteriores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), revelou ao jornal Página 12 detalhes das gestões de intermediação realizadas pelo bloco.

É triste o que ocorreu no Paraguai, afirmou o chanceler, e insistiu em que "dar duas horas de defesa a um presidente democraticamente eleito é um tempo menor do que tem quem ultrapassou um semáforo vermelho".

Timerman comentou que os chanceleres da Unasul fizeram todo o possível para buscar alternativas. Mas em nenhum momento encontramos o menor interesse na oposição em dialogar conosco e buscar uma opção à execução sumária de um presidente, lamentou.

Venezuela 

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou neste domingo a retirada do embaixador no Paraguai e determinou a suspensão do fornecimento de petróleo ao país, depois do processo de impeachment que retirou do poder o presidente Fernando Lugo. 

“Lamentamos muito isso, mas não vamos apoiar esse golpe de Estado nem direta nem indiretamente”, disse Chávez, durante as comemorações dos 191 anos da Batalha de Carabobo e do Dia Nacional do Exército. 

O presidente destacou que a destituição de Lugo foi promovida por setores burgueses chamados pelo chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, de facção que não quer dialogar porque tem uma decisão tomada.

O chanceler integrou a missão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) que viajou a Assunção em caráter de urgência na tentativa de mediar a crise política no Paraguai.

Chávez destacou que a burguesia venezuelana se nega a admitir que o processo contra Lugo é uma ruptura da ordem democrática.

Manifestações

Simpatizantes de Fernando Lugo promoveram neste domingo mais um dia de protestos contra seu impeachment. Reunidos em frente à sede da TV Pública, no centro de Assunção, capital paraguaia, eles cantaram o Hino Nacional, estenderam faixas em apoio a Lugo e com críticas ao novo governo. A bandeira do Paraguai foi colocada em lugar de destaque durante o protesto.

“Estamos aqui em defesa da democracia. É uma reação pacífica a toda essa situação absurda. Estamos aqui exercendo a nossa cidadania”, disse Ceulie Vukty, líder de um dos movimentos juvenis no protesto, enquanto coordenava os discursos com os momentos de apresentações teatrais e de música.

Uma barraca de camping foi montada no centro do protesto e nela foi colocada a placa Embaixada do Brasil. De acordo com os organizadores do evento, a ideia é mostrar que o Brasil condena a destituição de Lugo porque apoia a democracia e suas instituições.

Com Prensa Latina e Agência Brasil

sábado, 23 de junho de 2012

Imperialismo quer debilitar revoluções na América do Sul

O imperialismo estadunidense e a burguesia pretendem debilitar o projeto revolucionário da América Latina, com o ataque perpetrado contra o presidente paraguaio, Fernando Lugo, manifestou nesta sexta-feira (22) o vice-presidente executivo da Venezuela, Elías Jaua.

Durante sua intervenção em um ato de entrega de recursos no estado de Miranda, Jaua ressaltou que os povos e governos progressistas da região devem derrotar qualquer investida do imperialismo, tal como foi feito na Venezuela, em abril de 2002; na Bolívia, quando tentaram derrubar Evo Morales, e no Equador, quando se pretendeu depor o mandatário Rafael Correa.

"É a luta dos povos e os governos da América do Sul para que se respeite a vontade deste continente. Que o imperialismo estadunidense saiba que nossa América Latina já não é seu quintal, que aqui aqui há povos e governos dispostos a defender a soberania e a independência de todos os países da América Latina e do Caribe", expressou por meio da Venezolana de Televisión.

Comentou ainda que os povos da região contam com o ensinamento histórico do Libertador Simón Bolívar, para quem não seria possível manter a independência de um país se não se conseguisse a liberdade de todo o continente sul-americano. 

"Por isso os venezuelanos fomos capazes de chegar até o alto Peru, até a Bolívia, para construir a liberdade de todo o continente sul-americano. Essa é nossa herança, essa é nossa história, esse é nosso legado", sublinhou.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

PCdoB manifesta solidariedade ao povo paraguaio


Diante dos últimos acontecimentos vivenciados pelo presidente Fernando Lugo, do Paraguai, que enfrenta uma tentativa de golpe parlamentar, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) divulgou, na noite desta quinta-feira (21) uma nota de solidariedade ao povo paraguaio. Confira a íntegra do documento:


O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) condena energicamente a votação, nesta quinta-feira (21), pelo Congresso Nacional da Republica do Paraguai, de um pedido de destituição do presidente eleito pelo voto popular, Fernando Lugo.

O juízo político, como é denominada a medida em votação no Congresso paraguaio, foi proposto pelos dois tradicionais Partidos de direita deste país, o Colorado e o Liberal Radical Autentico – este, Partido do vice-presidente da República –, com base num rito sumário, sem direito ao contraditório, a partir da comoção gerada pelo massacre, ocorrido na sexta-feira (15), de duas dezenas de camponeses e policiais, durante uma desocupação de uma fazenda em Curuguaty, 250 km a nordeste de Assunção. A fazenda em questão é propriedade grilada por um ex-senador do Partido Colorado.

Há fortes indícios, amplamente noticiados, de que as mortes foram provocadas a partir da infiltração de provocadores entre os camponeses, visando desestabilizar o cenário político paraguaio, num momento em que já se discute a sucessão do presidente Lugo, cujas eleições ocorrerão em abril de 2013. O alvo é claro: impedir a continuidade de um governo progressista a frente do Palácio de los Lopez.

Nesse sentido, apelamos que a União Sul-americana de Nações (Unasul) se reúna emergencialmente*, e com base em sua cláusula democrática, impeça a consumação da destituição do presidente legitimo do Paraguai.

Depois do triste episódio ocorrido em Honduras, não podemos permitir novamente que, pelo golpe de Estado, as forças de direita vinculadas ao imperialismo ceifem mais um governo avançado em nosso continente. 

São Paulo, 21 de junho de 2012.


Renato Rabelo
Presidente Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Ricardo Alemão Abreu
Secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

*A nota do Partido foi redigida antes da reunião da Unasul, que decidiu enviar uma comissão formada por ministros de relações exteriores para garantir a continuidade do governo constitucional de Fernando Lugo.

Fonte: www.vermelho.org.br

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Juventude esculacha ex-torturador Dulene Aleixo Garcez dos Reis

Nesta terça-feira (19), a Articulação Nacional pela Memória, Verdade e Justiça junto à movimentos estudantis e à Via Campesina, presentes na Cúpula dos Povos, realizam mais um esculacho na casa do ex-torturador da ditadura militar Dulene Aleixo Garcez dos Reis. A marcha saiu às nove horas da manhã da Urca e foi até a casa do ex-torturador, na Zonal Sul do Rio de Janeiro, onde vive confortavelmente.

Nesta terça-feira (19), a Articulação Nacional pela Memória, Verdade e Justiça junto à movimentos estudantis e à Via Campesina, presentes na Cúpula dos Povos, realizam mais um esculacho na casa do ex-torturador da ditadura militar Dulene Aleixo Garcez dos Reis. A marcha saiu às nove horas da manhã da Urca e foi até a casa do ex-torturador, na Zonal Sul do Rio de Janeiro, onde vive confortavelmente.

Dulene foi capitão da Infantaria do Exército em 1970 e no ano seguinte serviu no Batalhão de Infantaria Blindada de Barra Mansa. No dia 17 de janeiro de 1970, Dulene participou da tortura ao jornalista e secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, Mario Alves.

Mario Alves foi morto dentro do 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, endereço onde funcionava o DOI-Codi. Segundo a revista Carta Capital de março de 2008, Mário Alves foi submetido a uma sessão de torturas que terminou com sua morte. Alves foi torturado por um cassetete de madeira com estrias de ferro, o que causou hemorragia interna, perfuração dos intestinos e morte do jornalista.

Já Dulene vive atualmente num confortável apartamento na região nobre de Botafogo na Zonal Sul do Rio de Janeiro, na Rua Lauro Miller, 96.

A ação conhecida como esculacho visa denunciar ex-agentes que participaram direta ou indiretamente da ditadura militar brasileira e demonstrar que continuam levando suas vidas normalmente, sem que tenham passado por algum processo de julgamento sobre seus atos.

Com informações do Levante Popular da Juventude

Rio+20: Cúpula Mundial de Legisladores apresenta protocolo de intenções

Os parlamentares presentes na Cúpula Mundial de Legisladores, evento vinculado à Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, entregaram ao secretário executivo da conferência, Sha Zu-Kang, neste domingo (17), um protocolo ambiental produzido por legisladores de 85 países.

No documento, os participantes defendem responsabilidades comuns, porém diferenciadas entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento. O documento prevê ainda a transferência de tecnologias para nações menos favorecidas, o compromisso pela erradicação da pobreza em todo o mundo e a inclusão do capital natural no centro dos debates. Os integrantes da Cúpula também firmaram o acordo de se reunirem a cada dois anos no Rio de Janeiro para avaliar os avanços na implementação de compromissos definidos na Rio+20.

O encontro teve início na sexta-feira (15) e contou com a presença de 38 presidentes de parlamentos e mais de 80 países representados por cerca de 300 parlamentares. O encerramento foi neste domingo (17), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirmou que é “preciso trocar experiências para aperfeiçoar a legislação dos países, além de ampliar os processos de monitoramento das decisões tomadas pelos governos nacionais”.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) disse que, no encontro, foi assinado o compromisso de se lutar pela economia verde, pela sustentabilidade com inclusão social e pelo respeito ao meio ambiente, protegendo a soberania de cada país.

Ações locais

Durante a Cúpula, legisladores apresentaram medidas que estão sendo adotadas em seus países. A Colômbia está a seis meses de concluir um processo de medição dos recursos naturais, para então propor uma legislação valorando economicamente estes recursos. O Vietnã quer propor o pagamento por serviços ambientais.

O representante da União Europeia disse que todos os países que compõem o bloco se uniram em esforços comuns para medir seus níveis de poluição e propor a tributação de quem consome recursos naturais.

No Brasil, vários projetos tramitam no Congresso Nacional. Um dos mais discutidos é o Projeto de Lei 2900/11, que cria o “PIB Verde”, segundo o qual seriam considerados para o cálculo das riquezas brasileiras os critérios econômicos tradicionais, acrescidos de informações sobre o patrimônio ecológico nacional.

Porém, a deputada Jandira Fegali (PCdoB-RJ) afirma que alguns aspectos do “capital natural” são intangíveis e não podem ser discutidos apenas sob a ótica econômica. “Como é que se valoram os aspectos culturais e religiosos daqueles que habitam as florestas? Como é que se mede regulação de clima?”, questiona a parlamentar.

Fonte: Portal da Câmara dos Deputados

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Nem sob forte tortura Dilma entregou os colegas


Durante quase um mês Dilma ficou sozinha na cela em Juiz de Fora, submetida a sessões de interrogatórios e a todo tipo de tortura.

A passagem de Dilma pelo cárcere de Juiz de Fora foi mais mineira, no sentido de reservada, mas nem por isso menos dura. Conforme depoimento pessoal, durante quase um mês Dilma ficou sozinha na cela, na condição de clandestina, sendo torturada em Juiz de Fora. “Fiquei em absoluto isolamento, mantendo contatos apenas com os meus torturadores, entregue por um carcereiro, que também me conduzia ao banheiro, quando conseguia andar. Nesse período, fui submetida, por quase um mês, a interrogatórios e a toda sorte de torturas”, revelou a presidente, por escrito, em documentação anexa ao depoimento pessoal, que consta do processo mineiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Conedh-MG).

Nem sob tortura intensa, a então jovem militante política de esquerda, de codinome Estela, confirmou a suspeita de infiltração de colegas da própria organização no meio policial e militar. Tampouco revelou a identidade desses tais militantes infiltrados nem sequer o nome da organização a que pertencia. Somente em 2001, diante da dupla de estagiários do Conedh-MG, Dilma revelou o nome de todos os grupos a que pertencera. Em voz alta, revelou com todas as letras: “Eu pertenci às seguintes organizações: Colina, Polop, O… (lê-se Ó Pontinho) e VAR. A Polop deu Colina, VPR e POC”.

Na realidade, no período em que Gabriel (Ângelo Pezzuti) estava preso e tentava estabelecer contato com Mônica (Oroslinda) e com Estela, no início de 1970, Dilma já havia deixado a Colina. Sabe-se que, no fim de 1969, o Colina seria praticamente dizimada, com a prisão, tortura e perseguição de seus militantes em Belo Horizonte, obrigados a viver na clandestinidade no Rio, São Paulo e em cidades do interior do país. No carnaval de 1969, o Colina já havia sido fundida com a VPR e Estela passaria a adotar o codinome de Vanda. Antes disso, em uma fase de transição para a criação do novo grupo, Colina e VPR foram provisoriamente batizados de Ó Pontinho.

“Ainda vai ser necessário mais tempo para que essa história bonita de luta seja entendida sem paixão”, compara José Francisco da Silva, que era secretário-adjunto de Direitos Humanos na época e foi responsável por enviar a jovem equipe à capital gaúcha. Embora tivesse direito à indenização, por ter militado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, a antiga Fafich da Rua Carangola, Chico nunca reivindicou o valor, evitando qualquer risco de manchar a imagem da comissão mineira, a primeira do país a começar a pagar as indenizações às vítimas de tortura.

Perante os “meninos do Chico”, Dilma continua contando a história do Brasil depois de 31 de março de 1964, data do golpe militar. “Em Minas, fiquei só com a Terezinha. Um dia, a gente estava nessa cela, sem vidro. Um frio de cão. Eis que entra uma bomba de gás lacrimogênio, pois estavam treinando lá fora. Eu e Terezinha ficamos queimadas nas mucosas e fomos para o hospital”, continua a presidente. Não se sabe quem teria sido essa Terezinha.

No movimento de esquerda de BH, onde Dilma militava, não há registros conhecidos da participação de uma Terezinha, nem com esse nome verdadeiro nem falso. “Eu me lembro da Dilma quando ia visitar a minha mãe na prisão. Eu tinha apenas 15 anos. Gostaria de me esquecer dessas memórias”, afirma Eugênia Cristina Godoy de Jesus Zerbini, hoje com 58 anos, advogada e escritora em São Paulo. Ela é filha da única Terezinha já citada nos escritos conhecidos sobre a época da ditadura. “Se a passagem deu-se em Minas, em 1972, asseguro que essa Terezinha não é minha mãe”, diz.

“Mamãe ficou detida de março a dezembro de 1970 na Oban (Operação Bandeirantes) de São Paulo. Em 1972, ela não poderia estar em Juiz de Fora com a Dilma, pois já tinha ganhado a liberdade e me pegava diariamente na faculdade com seu Dodge Dart”, explica, por telefone, da capital paulista. Hoje com 84 anos, Therezinha Zerbini era casada com o general Euryale de Jesus Zerbini, desertor da ditadura, e fundou o Movimento Feminista pela Anistia, denunciando que havia perseguidos políticos sendo presos e torturados no Brasil.

E quanto ao estudante da Faculdade de Medicina da UFMG Ângelo Pezzuti, dirigente do Colina? Segundo o grupo Tortura Nunca Mais, Ângelo foi banido do país em 1970, trocado com outros 39 companheiros, inclusive o irmão Murilo Pezzuti, pelo embaixador alemão (esse foi um dos sequestros de embaixadores praticados pelas organizações de luta armada com o objetivo de libertar seus militantes torturados no país). Em 1971, Ângelo encontrou-se no Chile com sua mãe, Carmela Pezzuti, também banida do Brasil por suas atuações políticas. Com o golpe chileno, Ângelo foi para o Panamá e depois para a França, onde morreria em Paris, em 1974, em um acidente de motocicleta.

Repercussão

El Mundo (Espanha)
Dilma Foi torturada com choques elétricos durante a ditadura

Além de eletrochoques, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sofreu pancadas que lhe arrancaram um dente, também enfrentando torturas psicólogicas com a simulação de fuzilamento, segundo divulgaram os jornais Correio Braziliense e Estado de Minas.

ABC (Espanha)
Dilma Rousseff foi torturada com eletrochoques na ditadura

A presidente foi golpeada até que lhe arrancaram um dente e foi vítima de técnicas de tortura psicológica com a simulação de um fuzilamento, segundo divulgam os diários Correio Braziliense e Estado de Minas.

Te Interessa (Espanha)
A presidente do Brasil foi torturada com eletrochoque durante a ditadura

Dilma Rouseff relata os escabrosos métodos de tortura que sofreu durante os três anos em que esteve presa por se opor ao regime militar.

El Mercurio (Chile)
A imprensa brasileira revela as torturas sofridas por Dilma Rousseff

A presidente recebeu choques elétricos durante a ditadura, segundo divulgaram os diários Correio Braziliense e Estado de Minas.

Cooperativa (Chile)
Presidente relatou eletrochoques e pancadas sofridas durante a ditadura militar

Uma entrevista concedida pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff, ao Conselho de Direitos Humanos de Minas Gerais, em 2001, foi divulgada pelos diários Correio Braiziliense e Estado de Minas, em que ela relata as torturas sofridas quando esteve presa na ditadura.

Emol (Chile)
Imprensa brasileira revela torturas sofridas por Dilma durante a ditadura

A presidente sofreu choques elétricos durante a ditadura, segundo divulgaram os diários Correio Braziliense e Estado de Minas.

Crónica Viva (Argentina)
Brasil: meios revelam detalhes de torturas a Dilma Rousseff

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, foi torturada com eletrochoques enquanto permanecia presa durante a última ditadura brasileira, informa neste domingo a imprensa deste país.

24 Horas (Peru)
Dilma Rousseff recebeu choques elétricas e pancadas durante a ditadura brasileira

A presidente do Brasil foi torturada com largas sessões de eletrochoques e simulações de fuzilamento entre 1970 e 1973, quando era militante de esquerda e lutava contra o regime militar, informou a imprensa de seu país.

El Financiero (México)
Dilma Rousseff, vítima de tortura

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, relatou em 2001 a uma comissão de direitos humanos as torturas que sofreu entre 1970 e 1973, quando aos 20 anos militava no Comando da Libertação Nacional (Colina), segundo revelaram os jornais Correio Braziliense e Estado de Minas.

O Globo
Documentos detalham tortura sofrida por Dilma na ditadura

Em relato inédito, a presidente Dilma Rousseff contou detalhes de sessões de tortura às quais foi submetida na prisão em Juiz de Fora (MG), quando presa política, na década de 1970. Ela narrou seu sofrimento ao Conselho dos Direitos Humanos de Minas (Conedh-MG), que a ouviu em 2001, nove anos antes de ascender ao Planalto. O depoimento, divulgado pelo jornal Estado de Minas expõe um capítulo ainda pouco conhecido da militância política da petista: os castigos em seu estado natal, onde iniciou a trajetória subversiva.

Fonte: Estado de Minas

domingo, 17 de junho de 2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

UJS realiza ato com personalidades políticas do Brasil

Ato Político do 16º Congresso Nacional da UJS. Foto: Vitor Vogel

O encontro ocorreu na manhã de sábado(09), durante a realização do Ato Político da UJS, no teatro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Estiveram presentes no ato a presidenta da UBES Manuela Braga; Hanói Sanches, secretário geral da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), Daniel Iliescu, presidente da UNE, Orlando Silva, ex-ministro dos Esportes, Renato Rabelo, presidente do PCdoB, Eduardo Paes, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Manuela D’Ávila, deputada federal e pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, Inácio Arruda, senador e pré-candidato à prefeitura de Fortaleza, além de André Torkarski, presidente nacional da UJS, entre outros personalidades.

Manuela Braga iniciou o Ato parabenizando o sucesso do Congresso e os jovens militantes presentes, e citou a importância da ter aprovado a participação 50% de mulheres em sua direção nacional. Essa igualdade também foi citada na educação “Lutamos pela construção de um novo Brasil, um país de todos, um Brasil que possamos dizer que temos uma escola conectada, por isso, lutamos que haja 10% do PIB na educação, para que todos tenham direito a um estudo digno e de qualidade.”. declarou.

A atuação dos movimentos secundaristas e universitários, e a força da mulher brasileira foram elogiadas por Hanói Sanches, secretário-geral de Cuba, que falou da luta do jovem para construir o socialismo: “Nós temos que condenar o imperialismo, para defender todos os outros ideais. Vivemos em uma organização que quer um mundo melhor. Os problemas da América Latina, Caribe o resto do mundo são a desigualdade social, conseqüência do Imperialismo. Estamos conscientes que se esta juventude continuar lutando, indo às ruas, poderá combater esse sistema.”. Hanói, ao finalizar seu discurso, entregou uma medalha da União da Juventude Comunista de Cuba(UJC), comemorativa aos 50 anos da UJC, a André Tokarski.

Quanto às pressões que os estudantes sofrem por parte da mídia, Daniel Iliescu enfatizou que a UNE se manterá forte, tal como se manteve na ditadura e resistirá à pressão da Globo. “Assim como vários jovens de outras gerações deram suas vidas para honrar a luta pelo nosso país, assim faremos, não nos intimidaremos, vamos continuar na luta pelo desenvolvimento da educação e caminhar rumo ao Brasil sustentável. Não há sustentabilidade nos marcos do capitalismo.”.

Os ataques da oposição e da mídia foram o foco da pronúncia do ex-presidente da UJS e ex ministro dos esportes, Orlando Silva. Ele fez um resgate de quando foi destituído do cargo, e lembra que se emocionou ao ver a atuação dos jovens da UJS em sua defesa, que na ocasião, usaram a foto do então ministro dos Esportes, como um avatar em suas redes sociais, “Naquele dia eu chorei, pois vi que meus companheiros de luta continuavam do meu lado”, relembra Orlando.

Orlando Silva: Ex-ministro dos Esportes e ex-presidente da UJS. Foto: Vitor Vogel

Orlando ainda falou dos valores que a UJS defende: “Nossa vontade é construir o socialismo do século XXI. Acreditamos que socialismo é valorizar o homem, a mulher, defender a diversidade, democracia, liberdade e é possível sim ter uma sociedade com estes valores.”.

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo foi mais um a parabenizar os jovens militantes, pelo espaço da mulher na entidade, e também a força estudantil, “É difícil encontrar no mundo uma união nacional dos estudantes como a UNE, que congrega praticamente todas as correntes politicas mais representativas do país. Conseguimos manter essas organizações unidas, esse é um grande êxito da UJS, que entende que é preciso unir e ampliar forças politicas e sociais, para conquistarmos sucesso na transformação do nosso grande país. Temos orgulho de participar, ouvir, discutir com vocês da UJS.”

Já o prefeito do Rio de Janeiro, além de assinar a Plataforma Eleitoral proposta pela UJS, falou da importância que a cidade ganha ao sediar a Rio+20, a Copa do mundo e das Olímpiadas e da relação com a juventude. “A prefeitura do Rio deixou de ser um lugar isolado, principalmente com a juventude. Fazemos questão de ser exemplo para o mundo, do governo que respeita a integração entre a sociedade, para continuar renovando e construindo uma sociedade melhor.”

André Torkarski (presidente da UJS) e Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro. Foto: Vitor Vogel 

Manuela D’Ávila, uma das mais esperadas pelos jovens, falou da sua vivência na UJS e o quanto a entidade é importante na sua carreira política. “Sei da força que tem o papel das lideranças da UJS. A UJS é a unidade do povo, porque divididos não ganhamos nada, mas quando lutamos juntos, somos apenas um, nos tornamos fortes e damos vida longa à nossa luta, a luta para que o mundo seja mais justo e para que as pessoas vivam em paz.” Pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, Manuela se despediu da militância da UJS, mas também fez um resgate do quanto aprendeu com Orlando Silva, além de declarar sua felicidade ao ver que o auditório estava cheio de jovens, que assim como ela, acreditam em um futuro melhor para o nosso país.

Manuela D’Ávila, pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, ex-militante UJS. Foto: Vitor Vogel

André Torkarki, finalizou o ato, “queremos avançar muito mais nas conquistas que o povo brasileiro quer e pode construir. Precisamos que a bandeira da liberdade de expressão seja a cara da juventude. Não podemos nos conformar com a falta de democracia dos meios de comunicação. Existe uma organização onde a juventude pode falar, ser ouvida, levar sua opinião em conta, e essa é a UJS.”


UJS reúne jovens de todo Brasil e discute prioridades eleitorais da UJS

Qual o papel da entidade durante as eleições? No que a UJS pode ajudar para que a campanha eleitoral nos municípios tenha o peso da juventude? Essas e outras perguntas foram o enfoque de mais um grupo de discussão do 16º Congresso Nacional da UJS.

Danilo Moreira dá sua contribuição ao debate
Em ano de eleição, com destaque para o embate pelas prefeituras e câmaras municipais em outubro próximo, é de extrema importância para a UJS discutir qual será a participação da entidade nas campanhas eleitorais de 2012.Nesse sentido, a entidade organizou esta sexta-feira (08) um grupo de discussão específico para o tema.

Não é por acaso. Dos 135,8 milhões de eleitores brasileiros, 40,474 milhões são eleitores jovens. Isso quer dizer que mais de 25% do eleitorado tem entre 15 e 29 anos de idade. A juventude é a parcela da população que, definitivamente, pode influenciar os eleitores e fazer diferença no novo Brasil.

Esse dado, inclusive, corresponde a uma grande inovação na plataforma de ação da entidade. Com mais de 100 mil filiados, foi consenso na mesa a premissa de que não basta apenas apontar problemas, é preciso que a juventude formule, proponha e execute políticas públicas em todos os âmbitos da sociedade.

YannEvanovick, ex-presidente da UBES, Ticiane Alvarez, presidente da UJS no Rio Grande do Sul e Marcelo Gavião, ex-presidente da UBES e da UJS, conduziram o debate em questão e fazem parte da atual história da entidade. Todos são candidatos a vereadores. Além deles, Danilo Moreira, ex-secretário executivo
da Secretaria Nacional de Juventude, ex-presidente do Conselho Nacional de
Juventude e atual coordenador da Campanha de Manuela D`àvila para a prefeitura de Porto Alegre, esteve presente para promover uma reflexão pontual sobre o tema em questão.

Diagnóstico apresentado

Danilo Moreira apontou uma questão importante para as eleições municipais deste ano: é impossível ter uma receita de programa que tenha validade para toda e qualquer cidade. “Temos que compreender o município que vivemos, o município que iremos atuar. As alternativas para o Brasil crescer nasce de pequenas comunidades, de pequenos bairros. E eles não compõem uma mesma fórmula. Vocês jovens, devem estudar o município que irão votar”, analisou.

Yann foi mais além. Para ele, a UJS deve se organizar em toda sociedade e descobrir quais são os melhores instrumentos para levar as candidaturas às vitórias. “Precisamos organizar os dirigentes da UJS. Quantas lideranças juvenis vamos conseguir juntar para viabilizar as eleições. Nos aprimoramos e sabemos ganhar congressos importantes do movimento estudantil. Agora, as eleições são alvo extremamente novo para a UJS e temos que nos desafiar a não só ser os candidatos de voto difuso, mas ser a organização que tem voto amarrado.

Foto dos pré-candidatos da UJS para as eleições de 2012

Voto difuso e voto amarrado são termos usados nas campanhas eleitorais para diferenciar quais zonas são de interesse coletivo e quais são de interesse individual. O voto difuso é o voto que vem da porta da escola, das redes sociais, das reuniões de massa. O voto amarrado é o voto de meta. “É um determinado conjunto, como grêmios e Centros Acadêmicos, que revela a quantidade de votos conseguidos”, explicou ainda Yann.

Titi, como é conhecida a candidata a vereadora por Porto Alegre, Ticiane Alvarez, explicou que Manuela D`ávila foi eleita em 2004 vereadora com apenas cinco jovens ajudando a campanha política. Depois, em 2006, para deputada federal, já tinha um contingente maior e conseguiu ser eleita com 282 mil votos.

“O que mudou de lá pra cá? Além de ser a deputada federal mais votada e a mulher mais votada em 2010, focamos na juventude e aprovamos inúmeras melhorias, como a Lei do Estágio.O que é importante, hoje, é focar quais são as políticas que podemos pautar através de um olhar filho do século 21, que entende e sabe da necessidade de ter internet, de ter um sistema de saúde. Qual a contribuição que essa geração de jovens vai dar? Quais as políticas que devemos construir de acordo com a realidade de hoje? Devemos pensar e agir”, afirmou.

Por fim, Gavião, que foi presidente da UJS por duas gestões, pontuou que a entidade, hoje, precisa debater formas alternativas de criar sistemas eleitorais justos. “A nossa disputa é desigual mas ninguém tem a militância que nos temos. A nossa turma aprendeu a fazer campanha superando dificuldades. A cada ano ganhamos as batalhas dos congressos, mas não é fácil, nós temos que batalhar. O nosso projeto é coletivo, porque aqui só é vitorioso quem é coletivo, são candidaturas da UJS, não são candidaturas do Gavião, ou Tite ou Yann. Não temos os recursos que muito partido tem, mas temos coração e força de vontade”, ressaltou.

UJS faz homenagem aos 40 anos da Guerrilha do Araguaia

Foto: Vogel-araguaia

Na últimas sexta (09), a UJS homenageou, em seu 16º Congresso, aqueles que foram, e são inspiração para sua militância: Os guerreiros do Araguaia.

Com o tema “Juventude, Memória e Verdade – Tarda Mas Não Falha: 40 anos da guerrilha do Araguaia”, a UJS contou com a participação de Vandré Fernandes (diretor do filme “Camponeses do Araguaia: a guerrilha vista por dentro), Romualdo Pessoa Campos Filho (escritor do livro “Guerrilha do Araguaia: a esquerda em armas”) e Maria Rita Kehl (membro da Comissão da Verdade) para resgatar aos jovens a importância da luta que os militantes do Araguaia realizaram contra a ditadura militar, há 40 anos.

Maria Rita Kehl, Comissão da
Verdade. Foto: Vitor Vogel
 
Os três falaram da história desses jovens que foram mortos e desaparecidos no período da ditadura brasileira. Maria Rita foi categórica ao declarar que a Comissão da Verdade deve investigar a fundo todos os envolvidos nestes crimes e prender os opressores por todas as lágrimas que trouxeram, não apenas aos torturados, mas também aos seus familiares, que muitos nem ao menos tiveram o direito de enterrar seus filhos.

Vandré comparou os jovens do Araguaia com os militantes que estão à frente das lutas sociais hoje: “Aquela juventude do Araguaia tinha um ideal, queria um Brasil democrático, livre e igual. Assim como também tinham uma paixão por time de futebol, por músicas. Ou seja, ela é a mesma juventude que eu estou de frente agora, que vai às ruas por um Brasil melhor.”

Vandré Fernandes-diretor do filme “Camponeses do Araguaia: a guerrilha vista por dentro. Foto: Vitor Vogel  

Emocionado com o evento, o professor Romualdo agradeceu pelo convite em participar do 16º Congresso da UJS. Acompanhado de seu filho, ele dedicou o evento à filha que morreu há cinco anos, e disse que se ela estivesse viva, estaria na platéia, junto com os demais jovens, lutando por um Brasil melhor. Logo depois, ele falou sobre o medo que os moradores do Araguaia tinham em falar sobre o ocorrido, “Sempre estive presente na militância, mas eu precisava fazer um trabalho que se pautasse na verdade, me dediquei a isso em 1992, fui para a região do Araguaia. Lá ainda nem havia asfalto. As pessoas tinham medo de falar da Guerrilha, isso não apenas pelo o que elas tinham sofrido, e sim porque tinham medo. Em 1992, eles ainda tinham medo de falar daquilo que transformou aquela região em um terror.”

O professor ainda comparou as duas gerações de jovens, que em diferentes épocas, têm suas semelhanças: “Eles queriam é o que cada um de vocês aqui desejam, liberdade, lutar e tirar esse país da ditadura. Mas eles não podiam se organizar como vocês estão aqui. O que os opressores sempre quiseram era dominar o futuro de vocês.”

Logo depois, os jovens e os convidados assistiram um vídeo feito pela UJS em homenagem aos guerreiros do Araguaia.


Fonte: www.ujs.org.br

Jovens Debatem sobre o Mercado de Trabalho pra a juventude no 16º Congresso da UJS


No auditório 31 da UERJ, aconteceu o debate sobre a juventude e o mundo do trabalho, com a presença de Paulo Vínícius, secretário de juventude da CTB e Luísa Barbosa, doutoranda em sociologia do trabalho.

Sob a coordenação de Oswaldo Lemos, o debate foi iniciado. Luísa Barbosa fez um apanhado histórico sobre o desenvolvimento dos direitos sociais no Brasil e sua relação com o conceito de juventude. Ressaltou a importância da entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho, para fortalecer a produção de conhecimento e qualificação profissional.

Paulo Vinícius começou sua intervenção falando sobre as dificuldades enfrentadas pela classe trabalhadora nas décadas de 80 e 90. Ressaltou o ataque neoliberal as instituições do estado e a grande desvalorização do trabalho. Comentou sobre a retomada da valorização profissional após a eleição de Lula (2003-2010), com programas de ampliação das Universidades Federais, retomada do investimento em educação técnica, valorização do setor público, grandes obras estruturantes, etc, e finalizou dizendo que através do trabalho e da luta dos trabalhadores, será possível alcançar o socialismo.

Após as intervenções da mesa foi aberto o debate, para contribuições a tese da UJS e a sistematização de bandeiras de luta. André Tokarski sugeriu que a UJS empunhe a bandeira da redução da jornada de trabalho, para garantir a juventude o direito de estudar, trabalhar e ter acesso a cultura, ao esporte e lazer. Várias contribuições foram dadas pelo plenário reforçando o papel do trabalho para transformar a sociedade. Quem também contribuiu com o debate foi o representante da juventude comunista cubana, Hanoi Sánchez, que falou sobre a juvnetude cubana e a valorização do trabalho vivida após a revolução socialista. Reforçou o papel protagonista da juventude nas transformações sociais no Brasil e na América Latina.

Outro tema debatido com muita força foi o estágio. No ponto de vista dos delegados, existe uma grande confusão relacionada a verdadeira função do estagio. No Brasil, os estagiários não são concebidos como aprendizes e sim como profissionais. Estagiários dão aula, operam maquinários e desenvolve o trabalho como se vinculo empregatício tivessem.

Após 3 horas de intenso debate, Luisa Barbosa e Paulo Vinicius, fizeram suas considerações finais reforçando a importância da inserção dos jovens na luta em defesa dos trabalhadores. Fortalecer a frente de jovens trabalhadores da UJS é pensar em perspectiva a luta pelo socisalisma, e a UJS precisa organizar os jovens que estão inseridos no mercado de trabalho.

Por Matheus Lins

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Professores particulares deflagram greve por tempo indeterminado e fazem passeta


Deflagrada a greve dos professores da rede particular de ensino em Pernambuco. A paralisação, por tempo indeterminado, começa hoje nas mais de duas mil escolas particulares instaladas em Pernambuco, quatrocentas e quarenta delas na Região Metropolitana do Recife (RMR), afetando a rotina de cerca de 450 mil estudantes.

A decisão foi aprovada por unanimidade em votação realizada esta manhã, durante assembleia da categoria, no Centro Social da Soledade, no Recife. De lá, os grevistas seguiram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista.

De acordo com a assessoria de comunicação do sindicato da categoria, o auditório ficou lotado por cerca de 500 pessoas e assembleias paralelas também foram realizadas nas cidades de Caruaru e Petrolina.

Esta tarde, a categoria tem uma reunião de mediação com a classe patronal. A 12ª rodada de negociações acontece na sede do Ministério do Trabalho e Emprego.

Os trabalhadores pedem a unificação da hora/aula para R$ 10. Hoje, esse valor é de R$ 5 para os professores da educação infantil e ensino fundamental 1 (1º ao 5º ano) e de R$ 6,40 para os docentes que lecionam no fundamental 2 (6º ao 9º ano) e ensino médio. Os patrões oferecem 6% de reajuste e pedem a instalação de câmeras nas salas de aula e a retirada da incidência da multa dos 50% sob o novo aviso prévio.

Fonte: Diário de Pernambuco

Redes sociais terão cada vez mais influência nas eleições

Serra ferido por uma bola de papel
O episódio da bolinha de papel lançada no candidato do PSDB, José Serra, nas eleições de 2010, é apresentado como exemplo do uso e influência das redes sociais na campanha eleitoral. No dia seguinte ao fato, explorado pela oposição, a campanha de Dilma Rousseff contra-atacou inclusive com um joguinho da internet de “Acerte o Serra”. As redes sociais – twitter, facebook, youtube etc –, que já exerceram importante papel nas eleições passadas, terão grande peso nas eleições municipais deste ano.

O alerta foi feito no debate sobre “Redes sociais e eleição, como usar ferramenta de interação”, no Seminário Nacional de Comunicação e Mídia, promovido pelo PCdoB, neste final de semana em São Paulo. O PCdoB está preocupado e interessado em usar essa ferramenta porque ela é importante na campanha eleitoral e também porque a oposição já está usando muito as redes sociais.

As redes sociais funcionam como pesquisa, ao registrar o que os usuários estão interessados e preocupados e exigem um tratamento mais cidadão, já que permite que o cidadão opine. Por tudo isso, elas são e serão, cada vez mais, importante ferramenta na campanhas eleitorais.

Miro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, o primeiro dos três debatedores do tema, destacou o importante papel das redes sociais para desarmar as manobras da mídia hegemônica. E citou o episódio da bolinha de papel na careca do candidato tucano, que vinha sendo explorada pela grande mídia como “quase um atentado”e foi desmontada pelas redes sociais.

Ele também apresentou os números que registram o crescimento da compra e uso de computadores e demonstram que atualmente 50% dos brasileiros estão acessando internet. E isso, segundo ele, apesar das dificuldades técnicas e carestia do uso. Superados esses obstáculos, a tendência é crescer cada vez mais o acesso à internet.

Miro Borges fez questão de afirmar que é preciso ter base material para todos os atos nas redes sociais, porque elas por si só não produziram fatos como as revolução no Mundo Árabe, nem o Occupy Wall Street e nem os protestos na Europa. 

A mídia hegemônica não falou (sobre esses fatos) e as redes sociais falaram. As redes sociais estão cumprindo papel decisivo. Agora vale acompanhar as eleições no México, onde as mobilizações estão fazendo papel proeminente em favor de Obrador e contra a própria mídia. Não quero fetichizar, mas elas estão crescendo muito nas campanhas de mobilizações, avalia Borges. 

Principal estrategista

Os outros dois palestrantes confirmaram as palavras de Miro Borges. Rodrigo Savozoni, da Casa de Cultura Digital, destacou que já se falam em alternativas para uso tático dessas ferramentas e a necessidade de fomentar novas tecnologias para que se avance e vença a oposição também na campanha.

Ele e Bruno Hoffmann – outro palestrante - foram unânimes em dizer que o candidato que ainda não usa redes sociais deve começar “agora”. E citaram o passo-a-passo: construir um perfil, articular lista de amigos e cruzar sua lista de amigos com seus associados e outras pessoas dentro do sistema. 

“Tem que ter sítio porque se o candidato não gerar conteúdo positivo sobre ele, vai haver informação negativa sobre ele na rede”, aconselhou Hoffmann. Segundo ele, como todos os demais aspectos da campanha eleitoral, também na internet o candidato deve exercer a criatividade, criando fatos e informações e monitorando tudo o que acontece para se atualizar. 

Eles também destacaram a importância do planejamento, monitoramento e atualização do Banco de Dados, já que o correio eletrônico é uma das ferramentas ainda mais importantes na internet. E enfatizou que a internet deixa rastro importante para ser usada na campanha. 

Hoffmann disse que “mais importantes que o tuitter e o facebook é o e-mail, porque consegue rastrear se a pessoas abriu ou não o e-mail, se consultou ou não o sítio. Ao contrário de rádio e TV, na internet tem como dimensionar os números do público atingido”.

E encerraram a fala enfatizando a importância de que todo o trabalho das redes sociais seja profissionalizado: “O seu sobrinho não é o principal estrategista de sua campanha”, falou Savozoni, provocando risos na plateia. 

Por: Márcia Xavier

Tráfego de internet no Brasil vai crescer 8 vezes até 2016


O tráfego de internet no Brasil deve aumentar em oito vezes em quatro anos, chegando a 3,5 exabytes (ou 3,5 bilhões de gigabytes) por mês em 2016. Isso equivale a 11 bilhões de DVDs por ano, ou 1 milhão de DVDs por hora, de tráfego de informações pelas redes brasileiras.

Os dados são do estudo Cisco Visual Networking Index, que prevê e analisa o crescimento de redes IP (Internet Protocol) e as tendências globais, divulgado nesta quarta-feira.

Segundo o estudo, a média global de tráfego de internet deve crescer quatro vezes no mesmo período, superando 1,3 trilhão de gigabytes por ano em dados. A Cisco prevê ainda uma proliferação global de dispositivos e de usuários conectados. Em 2016, haverá aproximadamente 18,9 bilhões de dispositivos como computadores, tablets e smartphones - quase 2,5 conexões para cada pessoa no planeta - contra os 10,3 bilhões registrados em 2011. O número de internautas deve crescer para 3,4 bilhões de pessoas, 45% da população mundial.

No Brasil, serão 617 milhões de dispositivos conectados até 2016, segundo a estimativa da Cisco, o que equivale a três aparelhos por pessoa - contra os 332 milhões em 2011 - ou 1,7 por pessoa. Haverá 98 milhões de usuários de internet em 2016 no País, frente aos 61 milhões em 2011.

Fonte: Terra

Sobre a greve nas federais

Desde o dia 17 de maio os docentes das universidades federais entraram em greve por melhorias na educação pública, em especial, através do reajuste salarial. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) já são 44 instituições que aderiram à greve.

Justa no mérito, a greve merece toda a solidariedade da comunidade acadêmica – estudantes, técnicos administrativos e professores – bem como da sociedade civil e dos movimentos sociais em geral. No entanto, o método a ser adotado em cada uma das IFES precisa ser observado com muita cautela.

A greve possui um objetivo claro, o reajuste salarial dos docentes, e consequentemente um alvo também muito bem definido: o governo federal. Pode-se dizer que o governo federal é formado por uma ampla base, sendo, portanto, contraditório. Por um lado poderia se dizer que a culpa é do ministério da educação, por outro lado poderia se dizer que os responsáveis pela falta de investimentos na área são os ministérios do planejamento e da fazenda. Por fim alguém poderia dizer que a culpa é da chefe de todos eles, ou seja, da presidenta Dilma Rousseff. Todas as variações interpretativas são possíveis, cada uma delas com seu grau de legitimidade.

A questão que se apresenta, entretanto, diz respeito ao método, ou seja, a forma como as greves são construídas em cada uma das universidades. Fechar laboratórios, cessar análises de artigos para revistas científicas, impedir defesas e qualificações só terão um resultado concreto: o prejuízo dos pesquisadores e consequentemente da produção de conhecimento. Do ponto de vista do governo federal, estas seriam ações que pouco lhe pressionariam. De fato, este tipo de mobilização não pressiona em nada o governo federal e seus atores.

Para os agentes responsáveis pela mobilização da greve, ações como ocupações do Congresso Nacional, do Planalto Central além de atividades massivas que mobilizem a sociedade em torno do tema seriam muito mais eficazes. Felizmente, a maior parte dos focos grevistas têm observado este critério, sob pressão dos próprios pesquisadores que têm consciência de suas responsabilidades. Mas é preciso muito cuidado para que paixões conjunturais não se sobreponham à razão objetiva.

A greve merece todo apoio. Desde que seja para atacar o alvo correto.

Por: Theófilo Rodrigues, mestrando em ciência política da UFF e membro da Associação de Pós Graduandos da UFF (APG-UFF)