terça-feira, 12 de junho de 2012

UJS faz homenagem aos 40 anos da Guerrilha do Araguaia

Foto: Vogel-araguaia

Na últimas sexta (09), a UJS homenageou, em seu 16º Congresso, aqueles que foram, e são inspiração para sua militância: Os guerreiros do Araguaia.

Com o tema “Juventude, Memória e Verdade – Tarda Mas Não Falha: 40 anos da guerrilha do Araguaia”, a UJS contou com a participação de Vandré Fernandes (diretor do filme “Camponeses do Araguaia: a guerrilha vista por dentro), Romualdo Pessoa Campos Filho (escritor do livro “Guerrilha do Araguaia: a esquerda em armas”) e Maria Rita Kehl (membro da Comissão da Verdade) para resgatar aos jovens a importância da luta que os militantes do Araguaia realizaram contra a ditadura militar, há 40 anos.

Maria Rita Kehl, Comissão da
Verdade. Foto: Vitor Vogel
 
Os três falaram da história desses jovens que foram mortos e desaparecidos no período da ditadura brasileira. Maria Rita foi categórica ao declarar que a Comissão da Verdade deve investigar a fundo todos os envolvidos nestes crimes e prender os opressores por todas as lágrimas que trouxeram, não apenas aos torturados, mas também aos seus familiares, que muitos nem ao menos tiveram o direito de enterrar seus filhos.

Vandré comparou os jovens do Araguaia com os militantes que estão à frente das lutas sociais hoje: “Aquela juventude do Araguaia tinha um ideal, queria um Brasil democrático, livre e igual. Assim como também tinham uma paixão por time de futebol, por músicas. Ou seja, ela é a mesma juventude que eu estou de frente agora, que vai às ruas por um Brasil melhor.”

Vandré Fernandes-diretor do filme “Camponeses do Araguaia: a guerrilha vista por dentro. Foto: Vitor Vogel  

Emocionado com o evento, o professor Romualdo agradeceu pelo convite em participar do 16º Congresso da UJS. Acompanhado de seu filho, ele dedicou o evento à filha que morreu há cinco anos, e disse que se ela estivesse viva, estaria na platéia, junto com os demais jovens, lutando por um Brasil melhor. Logo depois, ele falou sobre o medo que os moradores do Araguaia tinham em falar sobre o ocorrido, “Sempre estive presente na militância, mas eu precisava fazer um trabalho que se pautasse na verdade, me dediquei a isso em 1992, fui para a região do Araguaia. Lá ainda nem havia asfalto. As pessoas tinham medo de falar da Guerrilha, isso não apenas pelo o que elas tinham sofrido, e sim porque tinham medo. Em 1992, eles ainda tinham medo de falar daquilo que transformou aquela região em um terror.”

O professor ainda comparou as duas gerações de jovens, que em diferentes épocas, têm suas semelhanças: “Eles queriam é o que cada um de vocês aqui desejam, liberdade, lutar e tirar esse país da ditadura. Mas eles não podiam se organizar como vocês estão aqui. O que os opressores sempre quiseram era dominar o futuro de vocês.”

Logo depois, os jovens e os convidados assistiram um vídeo feito pela UJS em homenagem aos guerreiros do Araguaia.


Fonte: www.ujs.org.br

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